Cientistas brasileiros submetem proposta para instalação no país do SKA, maior sistema de radioastronomia do mundo (foto: SKA)
Cientistas brasileiros submetem proposta para instalação no país do SKA, maior sistema de radioastronomia do mundo. O projeto internacional, com custo estimado em US$ 1 bilhão, pretende estudar a origem do Universo e a possibilidade de vida fora da Terra
Cientistas brasileiros submetem proposta para instalação no país do SKA, maior sistema de radioastronomia do mundo. O projeto internacional, com custo estimado em US$ 1 bilhão, pretende estudar a origem do Universo e a possibilidade de vida fora da Terra
Cientistas brasileiros submetem proposta para instalação no país do SKA, maior sistema de radioastronomia do mundo (foto: SKA)
Agência FAPESP - Um grupo de cientistas de diversas instituições brasileiras submeteu uma proposta para a instalação no Brasil do sistema de radioastronomia SKA (Square Kilometre Array). Trata-se de um projeto internacional, com custo estimado em US$ 1 bilhão, que pretende esclarecer questões importantes sobre a origem do Universo e verificar a possibilidade de vida extraterrestre.
O SKA prevê a instalação de um arranjo de radiotelescópios com uma área coletora total de 1 quilômetro quadrado, para a faixa de freqüências de 150 MHz a 20 GHz. Trata-se de uma dimensão equivalente a 100 antenas de 100 metros de diâmetro. O sistema é considerado a próxima geração em radiotelescópios, pois terá uma sensibilidade 100 vezes maior que a do principal existente atualmente, o de Arecibo, em Porto Rico. Com isso, os astrônomos esperam conseguir "enxergar" bilhões de anos atrás, antes mesmo da formação das galáxias.
Diversos países, como Austrália, China, África do Sul e Argentina, são candidatos a sediar o SKA, que está sendo projetado como um consórcio internacional, financiado por instituições de diversos países. A proposta brasileira foi enviada na primeira semana de abril ao diretor do Projeto SKA, o holandês Richard Schilizzi.
"Foi muito importante ter feito a proposta, pois se trata de um projeto que trará oportunidades sem precedentes para o desenvolvimento local de várias áreas, como em infra-estrutura ou em tecnologias avançadas de microondas", disse Jacques Lepine, diretor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo e do comitê responsável pela proposta brasileira. "Trata-se de um investimento equivalente a alguns dos maiores projetos da astronomia mundial, como, por exemplo, o telescópio espacial Hubble."
A proposta brasileira aponta três regiões como possíveis sedes para o sistema de radiotelescópios, próximas às cidades de Teresina de Goiás (GO), Buritis (MG) e Posse-Correntina (BA). "Locais na região central do país são convenientes, por oferecerem terras a baixo custo, com clima relativamente seco e baixa densidade de população, mas com a vantagem da proximidade de grandes centros, como Brasília ou Goiânia, que contam com infra-estrutura de universidades e aeroportos internacionais", explicou Lepine à Agência FAPESP.
O país onde será instalado o SKA deverá ser conhecido em 2007 e a proposta é que o sistema esteja em funcionamento em 2015. "Seria muito interessante que ele estivesse no Hemisfério Sul, de modo a complementar, em termos de freqüências, o projeto Alma (Atacama Large Millimeter Array), grande arranjo de radiotelescópios para ondas milimétricas e sub-milimétricas que funcionará no Chile", disse Lepine. Enquanto o Alma analisará as baixas freqüências, o SKA estará focado nas altas freqüências.
A proposta dos radioastrônomos brasileiros conta com o apoio dos institutos que representam, como o IAG, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e o Centro de Radio Astronomia e Astrofísica Mackenzie. Segundo Lepine, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) se prontificou a realizar medidas de interferências rádioelétricas nos locais escolhidos para a proposta brasileira. As primeiras medidas começarão a ser feitas em Teresina de Goiás, a partir de quarta-feira (14/4).
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.