Fraturas do desenvolvimento
27 de setembro de 2004

Estudo feito no Canadá mostra que ossos quebrados representam um problema de saúde pública muito sério mas constantemente ignorado nos países mais pobres. A situação poderia ser evitada, diz a pesquisa, pelo acesso a procedimentos simples

Fraturas do desenvolvimento

Estudo feito no Canadá mostra que ossos quebrados representam um problema de saúde pública muito sério mas constantemente ignorado nos países mais pobres. A situação poderia ser evitada, diz a pesquisa, pelo acesso a procedimentos simples

27 de setembro de 2004

 

Agência FAPESP - Um estudo feito por cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, acaba de trazer à tona um sério mas pouco comentado problema de saúde pública dos países em desenvolvimento: as fraturas ósseas causadas por acidentes.

"Quedas representam hoje o principal problema de saúde entre crianças de 5 e 14 anos em países pobres, seguidos pelos acidentes de trânsito", disse Massey Beveridge, líder da pesquisa e diretor do Programa de Cirurgia Internacional da universidade canadense. "Para cada pessoa que morre por trauma, outras três a oito se tornam permanentemente incapacitadas."

O estudo estima que 20% de todas as doenças, em 2020, deverão ser atribuídas a fraturas em decorrência de acidentes, em comparação com os 12% de hoje. Os resultados da pesquisa foram publicados na edição de agosto do Journal of Bone & Joint Surgery.

Segundo os pesquisadores, cerca de 10% de todas as mortes em países em desenvolvimento poderiam ser evitadas por meio do acesso a tratamentos iniciais e a procedimentos cirúrgicos simples. O problema é que o cenário da saúde básica está longe de ser uma realidade. Nos países do leste africano, por exemplo, há apenas 400 cirurgiões para 200 milhões de pessoas.

Outro ponto importante a lembrar é que a maior parte dos fundos internacionais no setor estão centrados em doenças transmissíveis e na nutrição, sobrando apenas uma pequena parcela para os acidentes.

"É fundamental que apoiemos esforços de países em desenvolvimento para treinar mais cirurgiões ortopédicos e para educar trabalhadores de serviços de saúde em postos avançados sobre os mais apropriados tratamentos para pacientes com fraturas ósseas", afirma Beveridge.


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