Estudo feito no Canadá mostra que ossos quebrados representam um problema de saúde pública muito sério mas constantemente ignorado nos países mais pobres. A situação poderia ser evitada, diz a pesquisa, pelo acesso a procedimentos simples
Estudo feito no Canadá mostra que ossos quebrados representam um problema de saúde pública muito sério mas constantemente ignorado nos países mais pobres. A situação poderia ser evitada, diz a pesquisa, pelo acesso a procedimentos simples
"Quedas representam hoje o principal problema de saúde entre crianças de 5 e 14 anos em países pobres, seguidos pelos acidentes de trânsito", disse Massey Beveridge, líder da pesquisa e diretor do Programa de Cirurgia Internacional da universidade canadense. "Para cada pessoa que morre por trauma, outras três a oito se tornam permanentemente incapacitadas."
O estudo estima que 20% de todas as doenças, em 2020, deverão ser atribuídas a fraturas em decorrência de acidentes, em comparação com os 12% de hoje. Os resultados da pesquisa foram publicados na edição de agosto do Journal of Bone & Joint Surgery.
Segundo os pesquisadores, cerca de 10% de todas as mortes em países em desenvolvimento poderiam ser evitadas por meio do acesso a tratamentos iniciais e a procedimentos cirúrgicos simples. O problema é que o cenário da saúde básica está longe de ser uma realidade. Nos países do leste africano, por exemplo, há apenas 400 cirurgiões para 200 milhões de pessoas.
Outro ponto importante a lembrar é que a maior parte dos fundos internacionais no setor estão centrados em doenças transmissíveis e na nutrição, sobrando apenas uma pequena parcela para os acidentes.
"É fundamental que apoiemos esforços de países em desenvolvimento para treinar mais cirurgiões ortopédicos e para educar trabalhadores de serviços de saúde em postos avançados sobre os mais apropriados tratamentos para pacientes com fraturas ósseas", afirma Beveridge.
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