Os foraminíferos, que vivem a mais de 10 mil metros de profundidade, têm carapaças com paredes orgânicas e não de estrutura calcárea (foto: Science)
Grande comunidade de microrganismos do reino Protista é descoberta na Fossa das Marianas, no Pacífico. Os foraminíferos, que vivem a mais de 10 mil metros de profundidade, têm carapaças com paredes orgânicas e não de estrutura calcária
Grande comunidade de microrganismos do reino Protista é descoberta na Fossa das Marianas, no Pacífico. Os foraminíferos, que vivem a mais de 10 mil metros de profundidade, têm carapaças com paredes orgânicas e não de estrutura calcária
Os foraminíferos, que vivem a mais de 10 mil metros de profundidade, têm carapaças com paredes orgânicas e não de estrutura calcárea (foto: Science)
Por causa da pouca quantidade de carbonato de cálcio no ambiente, os organismos não possuem carapaça calcária, como a maioria dos foraminíferos encontrados em profundidades bem mais rasas por todos os oceanos.
Esses protozoários desenvolveram ao longo da evolução uma carapaça que chega a ser bastante complexa em algumas espécies, com várias câmaras, mas não tiveram muito êxito na conquista dos ambientes dulcícolas ou terrestres. Aproximadamente 95% dos representantes desse grupo vivem no mar.
Também por isso, a descoberta feita pela equipe japonesa tem uma importância grande. Análises de DNA ribossomal sugerem que os foraminíferos das profundezas estão exatamente na base do grupo de espécies que, depois de ter irradiado, daria origem a outro grupo que acabou se tornando habitante da água doce.
Outra característica interessante que poderá ser mais bem estudada a partir da descoberta dessas espécies – dos 428 exemplares coletados grande parte é desconhecida da ciência – é como esses protozoários conseguiram se adaptar às elevadas pressões que existem na Fossa das Marianas. Grupos semelhantes haviam sido detectados em profundidades ao redor de 7 mil metros, mas a abundância registrada agora pelo veículo japonês era inédita.
Para os autores do estudo, publicado na edição de 4 de fevereiro da revista Science, essa distinta comunidade de estruturas simples e paredes moles é formada por remanescentes de grupos abissais que conseguiram sobreviver em condições bastante inóspitas. Mais um elo importante que surge dentro do conhecimento das comunidades que vivem no interior do sedimento marinho.
O artigo Simple Foraminifera Flourish at the Ocean’s Deepest Point, de Y. Todo, H. Kitazato, J. Hashimoto e A.J. Gooday, pode ser lido no site da Science, em www.sciencemag.org
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.