Respirador utilizado nos testes para verificar a interferência dos telefones celulares em hospitais (foto: divulgação)

Fora de área
16 de julho de 2004

Estudo aponta que ondas eletromagnéticas emitidas pelos telefones celulares podem prejudicar o funcionamento de equipamentos hospitalares, pondo em risco a vida dos pacientes

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Estudo aponta que ondas eletromagnéticas emitidas pelos telefones celulares podem prejudicar o funcionamento de equipamentos hospitalares, pondo em risco a vida dos pacientes

16 de julho de 2004

Respirador utilizado nos testes para verificar a interferência dos telefones celulares em hospitais (foto: divulgação)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - As ondas eletromagnéticas emitidas pelos telefones celulares podem prejudicar o funcionamento de equipamentos hospitalares, pondo em risco a vida dos pacientes. A conclusão é de uma pesquisa feita por Suzy Cristina Cabral, apresentada como dissertação de mestrado na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O objetivo do estudo foi verificar os efeitos das radiações emitidas pelos telefones móveis nos aparelhos presentes no ambiente hospitalar. Para isso, alguns equipamentos da unidade de terapia intensiva pediátrica (UTI), do Hospital de Clínicas, e da UTI neonatal, do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), ambos da Unicamp, foram expostos ao campo elétrico gerado pelo celular para que fosse observada a ocorrência de possíveis alterações na operação dos aparelhos.

De acordo com a legislação brasileira, os equipamentos hospitalares precisam ser certificados pela NBR-IEC/60601-1-2/97 norma utilizada para os ensaios de compatibilidade eletromagnética. "Essa norma estabelece que tais aparelhos devem suportar a emissão de até 3 volts por metro. Os testes mostraram que, operando em potência máxima, o celular chega a gerar cerca de 40 volts por metro", afirmou Suzy.

Os experimentos revelaram que, dentro de um raio de um metro e meio, o celular pode causar interferência nos equipamentos testados. Foram verificadas, por exemplo, alterações na bomba de infusão que administra medicamentos nos pacientes. "Nesse caso, o campo elétrico gerado pode provocar alterações na infusão de medicamentos aos pacientes, liberando uma quantidade maior que a prescrita", alerta a pesquisadora.

Suzy constatou ainda que o celular também pode provocar interferência em respiradores, monitores cardíacos, aparelhos que medem a oxigenação do sangue e medidores de pressão não invasivo. A pesquisadora ressalta que o telefone não oferece risco quando estiver a uma distância mínima dos equipamentos médicos. "O celular pode ser utilizado com segurança a mais de 2 metros de distância dos aparelhos", disse.


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