Fogo zero

Lançado em 2003, programa para prevenção de incêndios em favelas, coordenado pelo IPT, espalha-se para diversas regiões da capital paulista. Os idealizadores reunirão as experiências em um manual, para poder ser replicadas em outras cidades

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - O Programa de Segurança Contra Incêndio em Favelas, desenvolvido desde 2003 na comunidade de Vila Dalva, no bairro do Butantã, em São Paulo, tem sido exemplar. Até agora, oito incêndios foram controlados e três vidas foram salvas pelos voluntários, que têm apresentado um alto nível de conscientização durante os trabalhos.

O sucesso levou o programa, que consiste principalmente na instalação de brigadas de incêndio, a outras cinco regiões da capital paulista. Em todas, as equipes recebem aulas teóricas e práticas para o combate ao fogo. Inspirados nos resultados positivos, técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), que coordena o projeto, iniciaram a elaboração de um manual de segurança contra incêndios.

A publicação, que deve ser lançada no primeiro semestre de 2006, tem como objetivo replicar os conhecimentos adquiridos para o maior número possível de pessoas e locais.

"O documento reunirá um conjunto de orientações a serem utilizadas por entidades envolvidas com a habitação popular, de São Paulo ou de outras cidades, que tenham interesse em implantar programas semelhantes", adianta José Carlos Tomina, coordenador da publicação, à Agência FAPESP.

Segundo Tomina, responsável pelo Agrupamento de Instalações, Saneamento Ambiental e Segurança ao Fogo do IPT, o material deverá ressaltar a importância da presença de instrutores responsáveis pela formação dos novos brigadistas, "com a indicação de procedimentos passo a passo sobre os treinamentos de prevenção".

O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, segundo o pesquisador, registra aproximadamente 50 mil ocorrências de incêndio por ano. "Do total, cerca de 700 ocorrem em favelas e barracos", disse.

A elaboração da publicação, que também conta com a participação da psicóloga Christiane Nista, está sendo financiada pelo Programa de Tecnologia de Habitação (Habitare), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

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