Pátio interno da FAU, na USP

Foco direcionado para um idealista
11 de setembro de 2003

Mostra em São Paulo, que abre na sexta (12/9), busca recuperar a importância de João Batista Vilanova Artigas (1915-1985), o arquiteto que projetou obras como a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e o estádio do Morumbi, deixando fortes influências na produção atual

Foco direcionado para um idealista

Mostra em São Paulo, que abre na sexta (12/9), busca recuperar a importância de João Batista Vilanova Artigas (1915-1985), o arquiteto que projetou obras como a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e o estádio do Morumbi, deixando fortes influências na produção atual

11 de setembro de 2003

Pátio interno da FAU, na USP

 

Agência FAPESP - O Instituto Tomie Ohtake irá abrigar, de 12 de setembro até 2 de novembro, uma exposição sobre o arquiteto paranaense João Batista Vilanova Artigas (1915-1985), com curadoria do professor Julio Katinsky, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), e coordenação de Ruy Ohtake e Rosa Artigas, filha do arquiteto. A mostra funciona como evento paralelo à 5ª Bienal Internacional de Arquitetura e Design (BIA), que será inaugurada dia 14, no Parque Ibirapuera.

Em quatro salas e no Grande Hall do instituto estarão reunidos documentos, croquis, desenhos artísticos, projetos originais, fotos e maquetes que ilustram alguns dos projetos mais importantes de Artigas, como a sede da FAU-USP, a Casa Elza Berquó, o Ginásio de Guarulhos, a Garagem de Barcos do Santapaula e o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi.

A exposição é dividida em três fases. Na primeira, de 1936 a 1944, serão apresentados os chamados "anos da procura", com projetos de casas influenciadas pelo princípio da arquitetura modernista, iniciada na cidade de São Paulo pelo ucraniano Gregori Warchavchik no final da década de 20.

A segunda fase, de 1944 a 1953, marca o período da "definição", quando Artigas desenvolveu projetos interligando espaços públicos e privados. E a terceira fase, que vai de 1958 a 1985, traz o período mais significativo do trabalho do arquiteto, com a idealização de projetos como o estádio do Morumbi e seus vestiários, em 1961.

Arquitetos paulistas também vão se reunir no Instituto Tomie Ohtake para debater a produção de Artigas. Ubyrajara Gilioli, João Walter Toscano e Fabio Valentim falam no dia 9/10, seguidos por Julio Katinsky (14/10), Ruy Ohtake (21/10) e Paulo Mendes da Rocha, Carlos Lemos e Álvaro Puntoni (23/10). Todas as palestras acontecem às 19h, com entrada franca.

Comunista do "partidão" – Artigas foi preso em 1964 e afastado da USP em 1969 por motivos políticos -, o arquiteto teve influência direta na vida profissional de, por exemplo, Ruy Ohtake e Paulo Mendes da Rocha. Os dois foram alunos de Artigas, que se autodenominava um idealista, na própria FAU.

A exposição conta ainda com a exibição de um documentário inédito, com direção de Cacá Vicalvi, realizado em parceria com a Rede Sesc Senac de Televisão (STV), além de trabalhos de 32 arquitetos que revelam o amplo legado do mestre à arquitetura brasileira. Trata-se de uma excelente oportunidade para se conhecer a obra de um dos mais importantes arquitetos paulistas do século 20. A programação da mostra inclui o lançamento de um livro e um DVD sobre Artigas.

O Instituto Tomie Ohtake fica na avenida Faria Lima, 201, em Pinheiros, São Paulo. Maiores informações pelo telefone (11) 6844-1900


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