Trabalho feito no Instituto de Física da USP, que analisa escoamento do fluxo sangüíneo em ventrículo artificial, ganha Prêmio Cândido Pinto de Melo, da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (foto: divulgação)

Fluxo premiado
22 de novembro de 2006

Trabalho feito no Instituto de Física da USP, que analisa escoamento do fluxo sangüíneo em ventrículo artificial, ganha Prêmio Cândido Pinto de Melo, da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica

Fluxo premiado

Trabalho feito no Instituto de Física da USP, que analisa escoamento do fluxo sangüíneo em ventrículo artificial, ganha Prêmio Cândido Pinto de Melo, da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica

22 de novembro de 2006

Trabalho feito no Instituto de Física da USP, que analisa escoamento do fluxo sangüíneo em ventrículo artificial, ganha Prêmio Cândido Pinto de Melo, da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (foto: divulgação)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Um estudo inovador, desenvolvido durante a tese de doutorado de Eduardo Ferrara, defendida no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), foi premiado como o melhor trabalho no 20º Congresso da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica, entre 170 apresentados.

O reconhecimento durante o evento, que ocorreu de 22 a 26 de outubro, em São Pedro (SP), rendeu ao pesquisador o Prêmio Cândido Pinto de Melo. O trabalho, desenvolvido em parceria entre o Instituto de Física da USP, o Centro de Tecnologia Biomédica (CTB) do Instituto do Coração (Incor) e a Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, é intitulado Velocimetria de imagens de partículas aplicada ao estudo de dispositivos de assistência ventricular pediátricos.

Ferrara explica que a velocimetria de imagens de partículas é uma técnica consagrada no exterior, mas que ainda não foi muito utilizada no Brasil para finalidades médicas. No país, a técnica é usada para aplicações em engenharia naval e na indústria aeronáutica – no cálculo de coeficientes de arrasto em aerodinâmica, por exemplo.

O pesquisador adaptou a tecnologia para analisar o escoamento de fluidos sangüíneos no ventrículo artificial pediátrico, atualmente em desenvolvimento pelo Incor e que deverá ser liberado para uso clínico no início de 2007. O ventrículo artificial é utilizado para oferecer auxílio circulatório ao coração de pacientes que aguardam por um transplante cardíaco.

"Adaptamos a velocimetria de imagens de partículas para ser utilizada como uma técnica capaz de determinar a distribuição de velocidades do sangue dentro do ventrículo artificial", disse Eduardo Ferrara à Agência FAPESP.

"Por meio dessa distribuição de velocidade, conseguimos identificar regiões com altas turbulências ou com estagnação do escoamento do sangue dentro do ventrículo. O sistema é formado por aplicações de laser de alta potência e câmeras de aquisição rápida de imagens", explica Ferrara.

Segundo ele, ao ser adaptada para a análise do escoamento de fluidos, a técnica pode ser usada para prevenir a formação de trombos em órgãos artificiais.

Com a velocimetria de imagens de partículas, todas as características fluido-dinâmicas que levam à formação de um trombo podem ser identificadas com antecedência. "Podemos otimizar toda a estrutura do escoamento sanguíneo no ventrículo artificial para minimizar a formação de trombos, que ocorre em regiões de estagnação sangüínea", conta o pesquisador.

"Essa seria apenas uma das possíveis aplicações da técnica, que também pode ser usada em válvulas cardíacas e outros tipos de ventrículos artificiais, inclusive o de adulto, que já está em operação no Incor. Teoricamente, o sistema pode ser usado para estudar o escoamento em qualquer dispositivo artificial que tenha fluxo sangüíneo", explica.

A tese de doutorado de Eduardo Ferrara, que teve bolsa da FAPESP, foi orientada por Idágene A. Cestari e Adolfo A. Leirner, ambos do CTB/Incor, Kenneth Christensen, da Universidade de Illinois (EUA), e Mikiya Muramatsu, do Instituto de Física da USP.


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