Foto: Bene Mascarenhas / Unifesp

Flúor demais nos chás
12 de janeiro de 2004

Pesquisa realizada pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba mostra que chás podem conter índices de flúor superiores aos considerados seguros para crianças de um a três anos de idade. As taxas de alumínio, também investigadas, apresentaram-se normais

Flúor demais nos chás

Pesquisa realizada pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba mostra que chás podem conter índices de flúor superiores aos considerados seguros para crianças de um a três anos de idade. As taxas de alumínio, também investigadas, apresentaram-se normais

12 de janeiro de 2004

Foto: Bene Mascarenhas / Unifesp

 

Agência FAPESP - Um grupo de pesquisa da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, instituição de ensino da Universidade Estadual de Campinas, analisou 177 amostras de chás de ervas e chás pretos nacionais, 11 tipos de chás pretos importados e 21 amostras de bebidas à base de chá. O objetivo foi verificar as taxas de flúor e de alumínio presentes nas amostras.

Em todos os resultados, segundo o estudo publicado na edição de fevereiro da Revista de Saúde Pública, as taxas de alumínio estiveram dentro das consideradas seguras para a saúde bucal dos consumidores. O mesmo não ocorreu para os números do flúor, como mostra a pesquisa assinada por Mitsue Fujimaki Hayacibara,Celso Silva Queiroz,Cínthia Pereira Machado Tabchoury e Jaime Aparecido Cury.

Apesar de ser considerada uma substância importante para a saúde dos dentes, principalmente em crianças, a ingestão excessiva de flúor pode causar um doença conhecida como fluorose. A doença pode acarretar problemas apenas estéticos, como manchas nos dentes, ou mais sérios, como afetar a formação do esmalte.

Segundo o estudo realizado no interior de São Paulo, taxas absolutamente seguras para a saúde bucal foram encontradas apenas nos chás de ervas. Nas bebidas à base de chá e nos chás pretos as concentrações de flúor foram classificadas como altas.

Se for considerado apenas o risco estético para os dentes, a ingestão de uma única xícara de bebida à base de chá ultrapassa o limite considerado ideal. Em se tratando de crianças, que já estão expostas a outras fontes de flúor, como pela água, a situação pode ser ainda pior.

O problema não se restringe ao Brasil, explica o estudo. A ingestão de bebidas à base de chá, nos Estados Unidos, conforme mostrou pesquisa recente, também tem contribuído para a ingestão de flúor em níveis acima dos considerados seguros.

Para ler o artigo publicado em inglês na Revista de Saúde Pública, disponível na biblioteca on-line SciELO, clique aqui.


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