Pesquisadores da Fiocruz criam indicador que mapeia o impacto das mudanças climáticas na saúde pública em todos os estados (foto: UPenn)

Flancos vulneráveis
23 de março de 2006

Pesquisadores da Fiocruz criam indicador que mapeia o impacto das mudanças climáticas na saúde pública em todos os estados. Leia em reportagem na nova edição da revista Pesquisa FAPESP

Flancos vulneráveis

Pesquisadores da Fiocruz criam indicador que mapeia o impacto das mudanças climáticas na saúde pública em todos os estados. Leia em reportagem na nova edição da revista Pesquisa FAPESP

23 de março de 2006

Pesquisadores da Fiocruz criam indicador que mapeia o impacto das mudanças climáticas na saúde pública em todos os estados (foto: UPenn)

 

Por Fabrício Marques

Revista Pesquisa FAPESP - Raros países do mundo, inclusive no rol dos mais desenvolvidos, ocuparam-se de mapear o quanto estão vulneráveis às mudanças globais do clima, embora muitos sejam signatários de convenções internacionais que recomendam esse tipo de levantamento.

O Brasil não fugia à regra. Produziu estudos isolados sobre o impacto das alterações climáticas, por exemplo, em certas culturas agrícolas e em ecossistemas marinhos e terrestres. Mas um grupo de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), patrocinados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), vai apresentar no próximo mês uma contribuição importante nesse campo.

Trata-se de uma metodologia que poderá servir de base para qualquer nação avaliar as ameaças do aquecimento a um flanco crucial, o da saúde pública. O resultado foi a criação de um indicador, o Índice de Vulnerabilidade Geral (IVG), composto pela ponderação de dados sobre a incidência de algumas doenças, as condições de vida da população e as oscilações do clima, que se propõe a apontar o quanto uma certa região está sensível aos danos da transformação climática.

Coordenada pelo epidemiologista Ulisses Confalonieri, professor da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, a metodologia demorou três anos para ser concluída e aplicada em todos os estados brasileiros. A principal conclusão é que a Região Nordeste, graças a uma combinação de pobreza, exposição a moléstias e o cíclico fenômeno da seca, é a que demonstra menor capacidade de suportar os efeitos do aquecimento.

O destaque negativo é o Estado de Alagoas. Na escala de 0 a 1, Alagoas exibiu um IVG de 0,64, o mais alto do país. Em seguida despontam os estados da Bahia (0,46) e Pernambuco (0,44). No outro extremo surgiram os estados do Rio Grande do Sul (0,13), Mato Grosso do Sul (0,14), Distrito Federal (0,17), Paraná (0,18), Santa Catarina (0,19) e Goiás (0,20).

"Eles se revelaram menos suscetíveis às mudanças e/ou os mais capazes de enfrentá-las", diz Confalonieri, que participa, como coordenador do comitê de saúde, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), grupo de cientistas ligados às Nações Unidas que avalia o conhecimento existente sobre a mudança climática.

Clique aqui para ler o texto completo na edição 121 de Pesquisa FAPESP.

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