Pesquisadores da Unicamp conseguem obter uma imagem rara, provando que um tipo específico de vidro atingiu o estado viscoelástico (foto: Italo Odone Mazali / LQES)

Flagrante vítreo
05 de maio de 2004

Pesquisadores da Unicamp conseguem obter uma imagem rara, provando que um tipo específico de vidro atingiu o estado viscoelástico. O material não apenas amoleceu como chegou a escorrer quando se ultrapassou a temperatura de transição vítrea

Flagrante vítreo

Pesquisadores da Unicamp conseguem obter uma imagem rara, provando que um tipo específico de vidro atingiu o estado viscoelástico. O material não apenas amoleceu como chegou a escorrer quando se ultrapassou a temperatura de transição vítrea

05 de maio de 2004

Pesquisadores da Unicamp conseguem obter uma imagem rara, provando que um tipo específico de vidro atingiu o estado viscoelástico (foto: Italo Odone Mazali / LQES)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP – A corrida atrás de novos materiais é uma das forças motrizes por trás do Laboratório de Química do Estado Sólido (LQES), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para isso se concretizar, entretanto, é preciso fazer muita pesquisa básica.

Dessa vez, uma imagem inédita de um sistema vítreo, que contém os óxidos dos elementos lítio, nióbio, cálcio e fósforo, levou Italo Odone Mazali, Luiz Carlos Barbosa e Oswaldo Luiz Alves para a capa da revista científica internacional Journal of Materials Science, de 15 de março. Apesar de o flagrante não ter sido o objetivo principal da pesquisa, ele ajudou a sedimentar algumas informações que eram perseguidas.

"A imagem mostra que, quando se ultrapassou a temperatura de transição vítrea, no caso 745ºC, houve o escoamento do material, caracterizando o estado viscoelástico", disse Mazali à Agência FAPESP. O trabalho publicado foi fruto da tese de doutorado do pesquisador e já existe uma patente registrada sobre o desenvolvimento do novo vidro. Enquanto Mazali foi orientado por Alves, o fundador do LQES, Barbosa é pesquisador do Instituto de Física Gleb Wataghin, também da Unicamp.

"Também demonstramos no estudo que o vidro, quando na forma de pó e tratado por dois minutos na temperatura de amolecimento, acima dos 745ºC, passa pelo processo de sinterização", explica Mazali. Na linguagem dos químicos isso significa que as partículas do vidro sofrem uma espécie de recolagem durante o processo de amolecimento.

"Havia dúvida se o processo de sinterização era ou não fruto do estado viscoelástico do material. Com essa pesquisa, conseguimos provar que é", disse o pesquisador da Unicamp. Segundo ele, o sistema vítreo pode ser usado na construção de materiais porosos vitrocerâmicos, indicados, por exemplo, para a construção de membranas porosas, usadas em processos de filtração e imobilização de compostos.

No campo da pesquisa básica, o estudo publicado também contém um detalhado perfil técnico do novo sistema vítreo. Foram descritos, por exemplo, todas as propriedades ópticas, de durabilidade química e térmica do vidro, além de como é possível sintetizá-lo.


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