Visita fez parte do programa “Collaboration Over the Ocean: Developing Partnerships Russia-Brazil” (foto: Leandro Negro/FAPESP)
O objetivo da delegação foi conhecer mecanismos de apoio à colaboração entre instituições de pesquisa e empresas
O objetivo da delegação foi conhecer mecanismos de apoio à colaboração entre instituições de pesquisa e empresas
Visita fez parte do programa “Collaboration Over the Ocean: Developing Partnerships Russia-Brazil” (foto: Leandro Negro/FAPESP)
Fernando Cunha | Agência FAPESP – Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico, Glaucia Mendes Souza e Rubens Maciel Filho, membros da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), receberam em 11 de agosto uma delegação de representantes do Ministério da Indústria e Comércio e instituições de pesquisa e fomento à ciência, tecnologia e inovação da Rússia e do Ministério do Trabalho, Emprego e Proteção Social do Tartaristão, uma das 21 repúblicas da Federação Russa.
O objetivo da visita, que faz parte do Programa “Collaboration Over the Ocean: Developing Partnerships Russia-Brazil”, foi conhecer os mecanismos da FAPESP para apoio a iniciativas de colaboração em projetos entre instituições de pesquisa no Estado de São Paulo e empresas, no Brasil e na Rússia, nas áreas de bioenergia e relacionados a tecnologias voltadas para o agronegócio e o ambiente.
O programa foi criado pela empresa russa de consultoria Sherpa S Pro para promover contatos entre pesquisadores, agentes do governo e empresários da Rússia com profissionais e instituições do sistema de inovação brasileiro para ampliar a cooperação Brasil-Rússia em Pesquisa e Desenvolvimento e em Negócios.
Durante cinco dias no Brasil, a delegação terá reuniões na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Universidade de São Paulo (USP), Embraer, Petrobras, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e instituições estaduais de pesquisa e de fomento no país.
Integraram o grupo de autoridades russas Evgeniy Kuznetsov, diretor da Russian Venture Company (RVC), fundo de investimento governamental criado em 2006 para apoiar a inovação na Rússia; Georgiy Gogolev, chefe do serviço de desenvolvimento de um ecossistema inovativo da RVC; Ekaterina Loshkareva, diretora do Departamento de Implementação e Monitoramento da Agência para Iniciativas Estratégicas (ASI, na sigla em inglês); e Yulia Khanzhina, diretora de Desenvolvimento Estratégico e Gerenciamento de Projetos do Ministério da Indústria e Comércio.
Também participaram do encontro Elmira Zaripova, ministra do Trabalho, Emprego e Proteção Social da República do Tartaristão, Leyla Fazleeva, conselheira do presidente da República do Tartaristão; Levan Tatunashvili, consultor em Transferência de Tecnologia e Comercialização da Novosibirsk State University, na Sibéria; e Evgeniya Shamis, diretora da Sherpa S Pro.
Kusnetsov destacou que a segunda visita da delegação ao Brasil contribui para as metas do recém-criado sistema nacional de inovação em seu país. “Vemos que o Brasil tem uma boa experiência nessa área, especialmente no trabalho de empresas como Embrapa e Petrobras. A Rússia tem grandes empresas estatais, mas ainda não obtém resultados tão bons em cooperação”, disse. “Acredito que poderemos encontrar algumas soluções a partir de ideias e práticas da FAPESP.”
Na primeira visita do grupo ao Brasil, em novembro de 2014, foram firmados pelo menos três acordos entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e universidades russas para intercâmbio entre pesquisadores acadêmicos ou ligados a empresas incubadas nos dois países.
Estímulo à pesquisa em colaboração
Brito detalhou o trabalho realizado pela FAPESP, os principais mecanismos de apoio à formação de pesquisadores e a projetos e programas de pesquisa, a estratégia da Fundação para estimular pesquisa em colaboração entre universidades e empresas no Brasil e no exterior e iniciativas relacionadas à bioenergia.
“Em 2014 iniciamos a criação de Centros de Pesquisa em Engenharia, que desenvolvem pesquisa cooperativa entre instituições de pesquisa e empresas”, informou o diretor científico da FAPESP. “O primeiro deles, sediado na Universidade Estadual de Campinas, foi estabelecido com a Peugeot Citroën para realizar pesquisa sobre biocombustíveis utilizados em motores automotivos.”
“Na área de energias renováveis, a Fundação financia desde 2009 o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), que tem a pesquisa básica em sua origem e cria várias conexões para aplicação do conhecimento gerado ao trabalhar em conjunto com empresas”, informou Brito. “O programa reúne mais de 300 cientistas, 50 deles do exterior, e cerca de 600 estudantes graduados em cinco divisões de pesquisa sobre biomassa, tecnologias eficientes, motores automotivos, biorrefinarias e sobre os impactos e sustentabilidade da produção de bioenergia.”
Krieger lembrou que os objetivos da FAPESP são apoiar a pesquisa em todas as áreas do conhecimento e a aplicação da ciência voltada para o desenvolvimento social e econômico. “O Programa BIOEN é um modelo de como podemos facilitar a tradução de ciência e da tecnologia em inovação”, disse. “Estamos muito interessados na interação entre universidades e empresas, em São Paulo, onde a intensidade de Pesquisa e Desenvolvimento na indústria está acima da média brasileira. Temos fortes universidades no Estado, capazes não apenas de formar bons profissionais, mas também de criar conhecimento que pode ser transferido para empresas”, concluiu o vice-presidente da Fundação.
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