Agências de fomento das Américas e da Europa buscam identificar áreas potenciais para colaboração, entre elas as Digital Humanities (ilust.: modelo de Tycho Brahe para o Sistema Solar/Wikipedia)

FAPESP integra Plataforma Transatlântica para Ciências Sociais e Humanas
02 de abril de 2015

Agências de fomento das Américas e da Europa buscam identificar áreas potenciais para colaboração, entre elas as Digital Humanities

FAPESP integra Plataforma Transatlântica para Ciências Sociais e Humanas

Agências de fomento das Américas e da Europa buscam identificar áreas potenciais para colaboração, entre elas as Digital Humanities

02 de abril de 2015

Agências de fomento das Américas e da Europa buscam identificar áreas potenciais para colaboração, entre elas as Digital Humanities (ilust.: modelo de Tycho Brahe para o Sistema Solar/Wikipedia)

 

Diego Freire | Agência FAPESP – A Plataforma Transatlântica para Ciências Sociais e Humanas (T-AP, na sigla em inglês), formada pela FAPESP e outras 11 agências de fomento das Américas e da Europa, deu início em janeiro a uma série de workshops para identificar oportunidades de cooperação entre os continentes e novas direções para projetos multilaterais.

A FAPESP integra a T-AP desde sua fundação, em outubro de 2013, quando assinou memorando de entendimento entre todos os membros da iniciativa, em cerimônia realizada em Montreal, no Canadá. Desde então a Fundação vem participando de todas as reuniões promovidas pela Plataforma para fomentar uma rede de colaboração entre os países em diversas áreas relacionadas às Ciências Sociais e Humanas.

Os workshops promovidos ao longo de 2015 terão como objetivo explorar áreas de grande abrangência, com potencial para colaborações, e os meios pelos quais a cooperação se dará, explicou Claudia Bauzer Medeiros, professora no Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e representante da FAPESP nas reuniões.

“Foram feitos estudos preliminares de formas de cooperação e de áreas de interesse dos países envolvidos. Quatro dessas temáticas deram origem aos workshops, nos quais são investigadas novas direções para cooperação. Deles participam especialistas que apontam lacunas do conhecimento e também identificam áreas onde há grande potencial para investigação, fazendo sugestões às agências de fomento sobre quais poderiam ser as direções futuras para as colaborações transatlânticas”, disse Medeiros, membro da Coordenação Adjunta de Programas Especiais da FAPESP.

A Plataforma busca identificar mecanismos que permitam o lançamento de programas e projetos interdisciplinares de pesquisa. Uma das prioridades é o tema Digital Humanities.

“Trata-se de uma área com grande potencial de colaboração não só entre países, mas também entre diversas disciplinas, envolvendo, além das Ciências Sociais e Humanas, especialistas de Computação, Engenharia, Medicina e Matemática, entre muitas outras”, disse Medeiros.

As Digital Humanities se dividem em duas grandes vertentes: uma dedicada aos estudos das mudanças sociais, econômicas ou científicas desencadeadas pelo mundo digital e outra que aproveita recursos digitais para estender ou acelerar pesquisas.

Também participa das discussões na área Maria Clara Paixão de Sousa, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).

Workshops

O primeiro workshop da T-AP, realizado em janeiro, em Washington, nos Estados Unidos, tratou do tema Digital scholarship, que diz respeito à incorporação de tecnologias digitais à pesquisa acadêmica. A FAPESP participa de uma força-tarefa na T-AP responsável por investigar como cada nação trata as possibilidades na área.

Entre os especialistas convidados esteve Charlotte Marie Chambelland Galves, do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que falou sobre linguística computacional na palestra The Tycho Brahe Corpus project: (big) annotated data for a new historical syntax.

Na ocasião, Galves tratou das dificuldades no processamento e na anotação de textos históricos e das múltiplas descobertas científicas que tais procedimentos permitem.

Os próximos workshops estão programados para julho, em Londres, na Inglaterra, com o tema Diversity, (In)equality and Differences; setembro, em São Paulo, na sede da FAPESP, com o tema preliminar Transformational Research - Social Sciences and Humanities and Environmental Sciences; e dezembro, em Dusseldorf, na Alemanha, com o tema Building Resilient and Innovative Societies.

A T-AP foi implementada no âmbito do Horizonte 2020, maior programa europeu de apoio à pesquisa e à inovação. As atividades da Plataforma Transatlântica para Ciências Sociais e Humanas devem ser concluídas até o final de 2016.

Além da FAPESP, integram a iniciativa as divisões de Ciências Sociais e de Humanidades da Organização Holandesa para a Pesquisa Científica (NWO), o Conselho de Pesquisa Canadense para Ciências Sociais e Humanidades (SSHRC), a Agência Nacional de Pesquisa da França (ANR), a Academia da Finlândia (AKA), o Conselho Internacional de Ciência Social da França (ISSC), o Centro Nacional de Pesquisa em Aeronáutica e Espaço da Alemanha (DLR), o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia do México (CONAYT), a Fundação para Ciência e Tecnologia de Portugal (FCT), o Conselho de Pesquisa em Artes e Humanidades do Reino Unido (AHRC), o Conselho de Pesquisa em Economia e Ciências Sociais do Reino Unido (ESRC) e a Fundação de Pesquisa Alemã (DFG).

O memorando de entendimento que institui a T-AP pode ser acessado em www.fapesp.br/9295.

 

 

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