Interessados em fazer pesquisa em São Paulo são atendidos por representantes da FAPESP durante a Nature Jobs Career Expo e falam por que querem vir ao Brasil (foto: Karina Toledo)

FAPESP apresenta em Londres oportunidades para jovens cientistas
20 de setembro de 2013

Interessados em fazer pesquisa em São Paulo são atendidos por representantes da FAPESP durante a Nature Jobs Career Expo e falam por que querem vir ao Brasil

FAPESP apresenta em Londres oportunidades para jovens cientistas

Interessados em fazer pesquisa em São Paulo são atendidos por representantes da FAPESP durante a Nature Jobs Career Expo e falam por que querem vir ao Brasil

20 de setembro de 2013

Interessados em fazer pesquisa em São Paulo são atendidos por representantes da FAPESP durante a Nature Jobs Career Expo e falam por que querem vir ao Brasil (foto: Karina Toledo)

 

Por Karina Toledo, de Londres

Agência FAPESP – Dezenas de jovens cientistas interessados em fazer pesquisa no Brasil foram atendidos no dia 19 de setembro por representantes da FAPESP durante a Nature Jobs Career Expo, uma das mais importantes feiras de empregos da área científica realizada anualmente em Londres.

Entre eles, estava a portuguesa Ana Antunes, que cursa pós-doutorado no King's College London, na área de neurociência, e se dedica a estudar os mecanismos moleculares da dor.

“Considero a possibilidade de ir para o Brasil no futuro, pois, além da facilidade da língua, há crescentes oportunidades para quem está começando. Aqui na Europa, por outro lado, o mercado está saturado”, disse à Agência FAPESP.

A falta de oportunidades em seu país de origem, a Espanha, também é o motivo que leva Rosanna Herrera Palau a considerar a possibilidade de fazer o pós-doutorado no Brasil.

“Formei-me em Bioquímica na Universidade de Sevilha, com enfoque na área de plantas. A ideia de ir para o Brasil surgiu depois que um ex-colega de laboratório me disse que estava de mudança para lá. Na Espanha há muitos cortes e não há nada acontecendo no meio científico”, contou.

Já o inglês Barrie Peck, pesquisador do London Research Institute, é casado com uma brasileira, já esteve mais de dez vezes no Brasil e diz ter uma grande conexão com o país. Como o casal espera o primeiro filho, Peck considera a hipótese de se mudar para a América do Sul.

“Sou formado em Biologia Molecular, cursei doutorado em Oncologia Molecular e, no meu pós-doutorado, estudei o metabolismo de células cancerígenas. Tenho um objetivo muito específico de pesquisa e trabalho em colaboração com várias instituições europeias”, disse.

“Antes de decidir ir para o Brasil preciso saber se vou encontrar as mesmas condições que encontraria aqui na Europa. Estou interessado em fazer ciência de alto impacto e quero saber se isso é possível no Brasil e como a FAPESP poderia me ajudar. Fiquei bastante interessado no Programa Jovens Pesquisadores e nas linhas de Auxílio Regular, pois procuro uma posição mais independente de pesquisa”, disse Peck.

Hernan Chaimovich, coordenador dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) e assessor especial da Diretoria Científica da FAPESP, disse estar surpreso e muito satisfeito com o interesse demonstrado pelos participantes da feira.

“Passei o dia inteiro atendendo pesquisadores. Muitos procuravam posições de pós-doutorado, alguns de Jovem Pesquisador. Todos de ótimas universidades da Inglaterra, da Índia, da África, de Portugal, da Espanha. Todos ficaram surpresos quando mostramos as oportunidades atualmente oferecidas no site da FAPESP, tanto pela quantidade de vagas como pela diversidade de assuntos. Estamos convencidos de que valeu a pena o trabalho de divulgação da pesquisa feita em São Paulo aqui em Londres”, avaliou Chaimovich.

Interesse pelo Brasil

No workshop realizado no período da manhã, Chaimovich falou sobre o crescimento no número de publicações brasileiras e no impacto obtido e destacou que 50% da pesquisa do país é feita no Estado de São Paulo. Chaimovich também explicou as linhas de fomento da FAPESP e ressaltou o interesse da Fundação em aumentar as colaborações internacionais.

“Se o projeto for bom, se o currículo do pesquisador for bom, o bolsista pode ser brasileiro ou estrangeiro. Há muitos bons projetos e menos competição [do que na Europa ou nos Estados Unidos]”, afirmou.

Euclides de Mesquita Neto, membro da Coordenação da Área de Engenharia da FAPESP e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apresentou os principais projetos apoiados pela FAPESP nas áreas de Ciências Exatas e Engenharia.

O destaque foi para os trabalhos realizados nos CEPIDs, como o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (Cepof) de São Carlos e o Cepof da Unicamp, além do Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros (Cepiv), de São Carlos.

“Os novos CEPIDs devem abrir em breve muitas oportunidades de pós-doutorado. Mostrei aos pesquisadores como encontrar essas vagas no site da FAPESP e me coloquei à disposição para ajudar a fazer o contato com os grupos do Brasil”, contou Mesquita Neto.

Marie-Anne van Sluys, membro da Coordenação Adjunta de Ciências da Vida da FAPESP e professora da Universidade de São Paulo (USP), apresentou as oportunidades nas áreas de Ciências da Vida, na qual a maior parte dos participantes da feira demonstrou interesse.

“No campo de Saúde, destacaram-se a neurociência e a farmacologia. No campo de Biologia, o destaque foi para ecologia e genética da conservação. Os programas BIOTA [Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo] e BIOEN [Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia] também fizeram muito sucesso”, contou.

A chinesa Yao Xiao, estudante de doutorado da Universidade College London, foi uma das interessadas nas pesquisas realizadas na área de biocombustíveis. “Trabalho com glicerol e sei que a indústria de biocombustíveis está bem avançada no Brasil. Imagino ir para lá fazer o pós-doutorado ou mesmo para trabalhar”, disse.

Rishika Dubla, nascida na Índia e recém-formada em Ciências Biológicas pela Oxford University, também sonha com uma oportunidade de pós-doutorado no Brasil. “Achei as opções de fomento muito interessantes e, pelo que tenho lido na mídia, o progresso tem sido grande no país. Me parece o lugar certo para estar no momento”, afirmou.

As oportunidades oferecidas pelo programa Ciências sem Fronteiras, do governo federal, foram apresentadas no período da tarde em um workshop ministrado por Davino Sena, chefe da Seção de Ciência e Tecnologia da Embaixada do Brasil em Londres, e por Juliana Bertazzo, assessora para educação da embaixada e responsável pelo programa na Inglaterra.

Segundo os organizadores, 1.300 jovens cientistas se inscreveram para participar da sétima edição do Nature Jobs Career Expo. 

Mais informações: http://www.fapesp.br/en/8013
 

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