Ele foi membro do Conselho Superior, diretor administrativo e coordenador técnico do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP até dezembro de 2022 (foto: Eduardo Cesar / Pesquisa FAPESP)

Faleceu Joaquim José de Camargo Engler
25 de julho de 2023

Ele foi membro do Conselho Superior, diretor administrativo e coordenador técnico do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP até dezembro de 2022

Faleceu Joaquim José de Camargo Engler

Ele foi membro do Conselho Superior, diretor administrativo e coordenador técnico do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP até dezembro de 2022

25 de julho de 2023

Ele foi membro do Conselho Superior, diretor administrativo e coordenador técnico do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP até dezembro de 2022 (foto: Eduardo Cesar / Pesquisa FAPESP)

 

Agência FAPESP - Joaquim José de Camargo Engler faleceu no domingo (23/07), aos 81 anos. Seu corpo será velado e enterrado em Piracicaba, na quinta-feira, em local a ser informado. Engenheiro agrônomo, PhD em economia e professor titular do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP). Engler foi membro do Conselho Superior da FAPESP, diretor administrativo entre 1993 e 2017 e coordenador técnico do gabinete do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação até dezembro de 2022.

“A figura do professor Engler estará definitivamente ligada às histórias da FAPESP e da USP. Os ordenamentos administrativo e financeiro das duas instituições guardarão, por longo tempo, os sinais de sua passagem, marcada pela visão de que os interesses acadêmicos e de pesquisa devem se superpor às rotinas burocráticas”, afirmou o presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.

"Joaquim deu enorme contribuição à pesquisa em São Paulo em seus muitos anos trabalhando na FAPESP. Ali nos tornamos amigos. Prudente, sábio e discreto, sua experiência e conhecimento da história da Fundação muito auxiliaram a mim e a colegas. Carreira exemplar de dedicação à pesquisa”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, presidente da FAPESP entre 1996 e 2002 e diretor científico da Fundação de 2005 a abril de 2020.

“Conheci Joaquim Engler há muitos anos, quando era reitor da Unicamp e ele já era diretor administrativo da FAPESP, função que exerceu por um longo espaço de tempo. Fizemos juntos uma viagem aos Estados Unidos, ele pela FAPESP e eu pela Unicamp, com propósitos institucionais. Mais tarde, quando vim a ser presidente da Fundação, tivemos a oportunidade de trabalhar juntos durante cinco anos e, assim, consolidarmos a simpatia que lastreou nossa amizade. A sua partida deixa muitas saudades”, disse Carlos Vogt, presidente da FAPESP entre 2002 e 2007.

“O professor Engler esteve por um longo tempo vinculado à FAPESP, uma relação cuja eficácia esteve lastreada em sua experiência como professor da Esalq como também por sua atuação nas instituições de gestão da universidade e de amparo à pesquisa. Como diretor administrativo da FAPESP, ele tinha assento no CTA, o que dava a esta instância ainda mais segurança na condução da gestão. Engler tinha grande conhecimento da lógica interna da FAPESP, uma instituição complexa, e dos recursos que viabilizam sua ação. No período em que presidi a Fundação, quando a instituição já tinha mudado o patamar de receita por força da Constituição, seus conselhos foram fundamentais. Ele foi um amigo querido e os laços de confiança permaneceram, lastreados no apego por tudo que ele representou para a FAPESP”, disse Celso Lafer, presidente da FAPESP entre 2007 e 2015.

“Conheci o professor Engler há mais de 50 anos, como colega no Conselho Universitário da USP, um de meus colaboradores mais importantes quando fui reitor da universidade, de 1986 a 1990, e, mais recentemente, como diretor na FAPESP. Discrição, eficiência e lealdade caracterizaram toda a sua vida dedicada à educação e à pesquisa. Uma grande perda”, disse José Goldemberg, que presidiu a FAPESP entre 2015 e 2018.

“Engler era uma pessoa muito competente e muito discreta. Tinha dedicação total à FAPESP e sempre foi uma peça fundamental para a Fundação. Temos muito a agradecer a ele. Eu, em especial, apreendi muito com ele”, diz Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP.

“O professor Engler, ao longo dos 24 anos em que foi diretor administrativo, período precedido de alguns anos como membro do Conselho Superior e ainda complementado por mais seis anos como assessor da presidência, marcou a história da FAPESP com sua integridade, com sua atenção para com o interesse público e com sua capacidade de relacionar-se harmonicamente com seus colegas de trabalho. Tê-lo sucedido na Diretoria Administrativa permite-me ainda testemunhar a generosidade e a amizade com que sempre me apoiou e aconselhou”, disse Fernando Menezes, diretor administrativo da FAPESP.

Nascido em Campinas, em 30 de janeiro de 1942, Engler estudou em escolas públicas desde o curso primário. A falta de recursos o fez abortar o plano de cursar engenharia elétrica na Escola Politécnica da USP. “Eu teria que ter recursos para me manter em São Paulo e fazer cursinho”, contou à revista Espaço Aberto da USP, em agosto de 2014.

Ingressou então no cursinho do Centro Acadêmico da Esalq. Fez o vestibular e foi aprovado. Concluiu a graduação em agronomia em 1964, com especialização em tecnologia de alimentos, com quatro prêmios de melhor aluno. “Fui chamado para trabalhar no Departamento de Economia da Esalq, no qual eu tinha obtido média 10 durante o período todo.”

Doutorou-se em agronomia pela Esalq em 1968 e partiu para os Estados Unidos, para continuar seus estudos na The Ohio State University. Voltou ao Brasil para coordenação da pós-graduação da Esalq e ocupou a posição de presidente da comissão por dois mandatos. Em 1982, já era diretor da faculdade.

Engler foi um dos idealizadores e um dos primeiros diretores da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq), responsável pela captação e gerenciamento de recursos nacionais e internacionais aplicados em pesquisa, treinamento de pessoal e publicações científicas.

Em 1988, passou a integrar o Conselho Superior da FAPESP até assumir a Diretoria Administrativa da FAPESP em 1993. Também foi assessor técnico da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, cargo que também ocupou no Ministério da Educação.

Engler recebeu, entre outros prêmios, a Medalha Fernando Costa da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo em 1991, o International Alumni Award da Universidade de Ohio em 1994, a Medalha Paulista de Mérito Científico e Tecnológico em 2001, o título de Cidadão Piracicabano em 2007 e foi vencedor do prêmio Personalidade da Pesquisa pelo Instituto Agronômico (IAC) em 2014.

A Reitoria da USP, em nota, lamentou sua morte. “O professor deixa legado de brilhante atuação na gestão administrativa e acadêmica da USP e de importantes órgãos científicos brasileiros. Neste momento de consternação, a Reitoria se solidariza com a família do professor Engler, com a comunidade acadêmica da Esalq e com os amigos da FAPESP.”

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