Fábrica de diamantes
24 de maio de 2004

Grupo de pesquisa da Universidade Estadual do Norte Fluminense está na fase final do desenvolvimento de uma técnica inédita para síntese de diamantes a partir de pó de grafite. O método poderá fazer com que o Brasil deixe de importar a matéria-prima usada em vários ramos da indústria

Fábrica de diamantes

Grupo de pesquisa da Universidade Estadual do Norte Fluminense está na fase final do desenvolvimento de uma técnica inédita para síntese de diamantes a partir de pó de grafite. O método poderá fazer com que o Brasil deixe de importar a matéria-prima usada em vários ramos da indústria

24 de maio de 2004

 

Agência FAPESP - Desde 1987, a partir de experimentos realizados na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, os cientistas brasileiros sabem como sintetizar diamante. A técnica básica consiste na mistura de pó de grafite a uma liga metálica que vai funcionar como um solvente. Mas agora, segundo um grupo de pesquisa da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Unef), essa tecnologia está quase disponível também para a produção industrial.

"Falta fazer apenas a fase de caracterização e testes dos diamantes sintéticos, que são cristais e não filmes sintéticos de diamante como se tem até hoje", disse à Agência FAPESP Guerold Bobrovntichii, pesquisador e líder do grupo que está desenvolvendo a nova tecnologia. Para isso, ainda vão ser necessários novos recursos financeiros, explica o pesquisador.

Como os componentes principais da mistura para a síntese de cristais de diamantes – o metal solvente e o pó de grafite - são produzidos no Brasil, os pesquisadores acreditam que o uso dessa nova técnica terá implicações econômicas importantes.

Dados do Departamento Nacional de Produção Mineral, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, mostram que o país importou, apenas em 2002, seis toneladas de diamante em pó. Operação que custou R$ 60 milhões às empresas brasileiras.

Segundo Bobrovntichii, o diamante está presente nos principais ramos da indústria, desde a metal-mecânica até a produção de madeira. "Mais de 60% da indústria brasileira necessita de diamante para vários fins", disse. O produto, por exemplo, é utilizado na fabricação de equipamentos e ferramentas, como brocas de perfuração usadas na indústria petrolífera e em discos de corte. "Existem grandes aplicações também para a confecção de ferramentas abrasivas."

O projeto de pesquisa, que tem apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), foi iniciado em 1998 na Unef e deu origem a 70 trabalhos científicos e 16 publicações em revistas nacionais e internacionais. Os pesquisadores do Laboratório de Materiais Avançados da Unef já transferiram para a indústria 200 quilates de diamantes sintéticos.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.