Grupo de pesquisa da Universidade Estadual do Norte Fluminense está na fase final do desenvolvimento de uma técnica inédita para síntese de diamantes a partir de pó de grafite. O método poderá fazer com que o Brasil deixe de importar a matéria-prima usada em vários ramos da indústria
Grupo de pesquisa da Universidade Estadual do Norte Fluminense está na fase final do desenvolvimento de uma técnica inédita para síntese de diamantes a partir de pó de grafite. O método poderá fazer com que o Brasil deixe de importar a matéria-prima usada em vários ramos da indústria
"Falta fazer apenas a fase de caracterização e testes dos diamantes sintéticos, que são cristais e não filmes sintéticos de diamante como se tem até hoje", disse à Agência FAPESP Guerold Bobrovntichii, pesquisador e líder do grupo que está desenvolvendo a nova tecnologia. Para isso, ainda vão ser necessários novos recursos financeiros, explica o pesquisador.
Como os componentes principais da mistura para a síntese de cristais de diamantes – o metal solvente e o pó de grafite - são produzidos no Brasil, os pesquisadores acreditam que o uso dessa nova técnica terá implicações econômicas importantes.
Dados do Departamento Nacional de Produção Mineral, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, mostram que o país importou, apenas em 2002, seis toneladas de diamante em pó. Operação que custou R$ 60 milhões às empresas brasileiras.
Segundo Bobrovntichii, o diamante está presente nos principais ramos da indústria, desde a metal-mecânica até a produção de madeira. "Mais de 60% da indústria brasileira necessita de diamante para vários fins", disse. O produto, por exemplo, é utilizado na fabricação de equipamentos e ferramentas, como brocas de perfuração usadas na indústria petrolífera e em discos de corte. "Existem grandes aplicações também para a confecção de ferramentas abrasivas."
O projeto de pesquisa, que tem apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), foi iniciado em 1998 na Unef e deu origem a 70 trabalhos científicos e 16 publicações em revistas nacionais e internacionais. Os pesquisadores do Laboratório de Materiais Avançados da Unef já transferiram para a indústria 200 quilates de diamantes sintéticos.
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