Cristina Ropke e Silvia Barros, da FCF da USP, aliaram ciência com tecnologia

Extrato de pariparoba terá uso comercial
24 de novembro de 2004

Estudo da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, feito por Cristina Ropke e Sílvia Barros (foto), mostrou que a planta pariparoba é eficiente na proteção da pele contra os raios UV. Acordo assinado nesta terça (23/11) licencia a descoberta para a iniciativa privada

Extrato de pariparoba terá uso comercial

Estudo da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, feito por Cristina Ropke e Sílvia Barros (foto), mostrou que a planta pariparoba é eficiente na proteção da pele contra os raios UV. Acordo assinado nesta terça (23/11) licencia a descoberta para a iniciativa privada

24 de novembro de 2004

Cristina Ropke e Silvia Barros, da FCF da USP, aliaram ciência com tecnologia

 

Agência FAPESP - Não é um fato trivial, como fez questão de lembrar Carlos Vogt, presidente da FAPESP. Nesta terça (23/11), na Sala do Conselho Universitário da Universidade de São Paulo, ocorreu a assinatura do contrato de licenciamento do pedido de patente pelo uso do extrato da planta pariparoba. Pelo contrato, a USP e a FAPESP, responsáveis pela descoberta científica, cedem por 30 meses o conhecimento gerado no laboratório para a iniciativa privada. No caso, a empresa de cosméticos Natura.

Desenvolvida no laboratório da professora Sílvia Berlanga de Moraes Barros, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, a tese de doutorado da pesquisadora Cristina Ropke é que revelou propriedades importantes da pariparoba. A planta arbustiva da Mata Atlântica brasileira mostrou ter propriedades que podem proteger a pele humana contra os raios ultravioleta. E isso, ainda mais com o embasamento científico obtido, interessou bastante a iniciativa privada.

"Esse acordo de licenciamento é muito importante para todos os envolvidos. Ele tem características fundadoras" disse Vogt durante a assinatura do contrato. Pelo que foi estabelecido, a empresa vai pagar pelo uso desse conhecimento e os recursos oriundos desse acordo serão divididos meio a meio entre a USP, geradora do conhecimento, e a FAPESP, financiadora do projeto de pesquisa. Segundo o presidente da FAPESP, a fundação, por meio dos mecanismos de gestão de processos já criados, pretende cada vez mais agilizar parcerias como essas. "Agora temos uma espécie de protocolo consagrado", afirmou.

A escolha da empresa Natura se deu a partir de uma licitação pública. Esse é o sétimo processo nesses moldes feitos pela Universidade de São Paulo. Segundo a professora Silvia, que resolveu que era o momento certo de se procurar um parceiro privado quando percebeu a importância da descoberta científica, isso tudo foi feito como uma forma de proteção. "O pedido de patente, e esse acordo, tem como objetivo trazer garantias para a pesquisa brasileira, para o conhecimento gerado na universidade", disse Silvia à Agência FAPESP .

A expectativa da cientista da USP é que a partir desse processo, e do aprendizado que ele gerou inclusive do ponto de vista burocrático, novas parcerias entre a iniciativa privada e a universidade possam ocorrer. "O caminho está aberto. No meu caso, inclusive, a boa aceitação dos meus alunos em participar desse processo pode ser considerada fundamental para que o final tenha sido feliz", disse.


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