Extinção revista
16 de novembro de 2004

Fósseis encontrados na Argentina podem mudar a teoria atual sobre as mudanças da fauna no final do Triássico. Entre os achados estão um prossaurópode jamais visto e um cinodonte, mamífero considerado extinto no período

Extinção revista

Fósseis encontrados na Argentina podem mudar a teoria atual sobre as mudanças da fauna no final do Triássico. Entre os achados estão um prossaurópode jamais visto e um cinodonte, mamífero considerado extinto no período

16 de novembro de 2004

 

Agência FAPESP - Fósseis de animais pré-históricos encontrados na Argentina podem mudar a teoria mais aceita atualmente sobre as mudanças da fauna no final do período Triássico – de cerca de 248 milhões a 206 milhões de anos atrás.

As peças foram encontradas por uma equipe liderada por Oscar Alcober, diretor do Museu de Ciência Natural da Universidade de San Juan, na região do parque Ischigualasto-Talampaya. Os paleontólogos argentinos trabalharam em conjunto com o Instituto Earthwatch.

As quatro formas de vertebrados descobertas foram anunciadas em reunião da Sociedade para Paleontologia Vertebrada, realizada no dia 4 em Denver, nos Estados Unidos. Os fósseis são de um dinossauro prossaurópode, dois ancestrais de crocodilos e um cinodonte. Até então se acreditava que esse último, um mamífero do tamanho de um camundongo, estivesse extinto no período.

O prossaurópode encontrado também é inédito. O longo pescoço, as quatro pernas robustas e o tamanho aproximado de quatro metros da cabeça ao final da cauda são típicas de um desses dinossauros herbívoros. O que torna o exemplar único é a cabeça de tamanho menor do que o comum, lembrando a dos mais recentes saurópodes do Jurássico e Cretáceo.

A teoria mais aceita indica que a transição no final do Triássico foi um momento de extinção em grande escala, que levou à ascendência e dominância dos dinossauros durante o Jurássico. Mas a nova descoberta feita na Argentina conta uma história diferente: os vertebrados no Triássico Superior aparentemente eram mais diversificados na região, ocorrendo em uma mistura de formas triássicas e jurássicas que desafia o modelo de extinção tradicional.

"Essa descoberta dá uma idéia ampla da diversidade de faunas terrestres no fim do Triássico", disse Alcober, líder do projeto Parque Triássico, do Earthwatch, em comunicado do instituto. "Pelo que pudemos concluir até o momento, na parte meridional do supercontinente pré-histórico Pangea a extinção do Triássico-Jurássico não foi tão catastrófica como parece ter sido no norte."

Alcober e o Instituto Earthwatch têm colaborado em explorações no Parque Natural Ischigualasto-Talampaya desde 1994. A região, conhecida como Vale da Lua pela peculiar formação rochosa, é uma das poucas no mundo onde se pode encontrar fósseis de todo o Triássico, período em que surgiram os primeiros mamíferos e dinossauros.


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