Estudo liderado por Gerta Keller, da Universidade de Princeton, aponta que dinossauros foram extintos por diversos fatores que atuaram em conjunto (foto: divulgação)
Impacto do meteorito em Chicxulub, no México, não teria sido o único responsável pelo fim dos dinossauros. Estudo aponta que outros choques, violentas erupções vulcânicas e mudanças climáticas provocaram a extinção em massa no Cretáceo
Impacto do meteorito em Chicxulub, no México, não teria sido o único responsável pelo fim dos dinossauros. Estudo aponta que outros choques, violentas erupções vulcânicas e mudanças climáticas provocaram a extinção em massa no Cretáceo
Estudo liderado por Gerta Keller, da Universidade de Princeton, aponta que dinossauros foram extintos por diversos fatores que atuaram em conjunto (foto: divulgação)
A pesquisa, coordenada por Gerta Keller, da Universidade de Princeton, foi apresentada na reunião anual da Sociedade Geológica Norte-Americana, que ocorre até o dia 25, na Filadélfia.
Segundo a cientista, o choque em Chicxulub seria apenas um entre muitos, que teriam contribuído, junto com outros fatores – como erupções vulcânicas – para a extinção em massa no período Cretáceo, entre 144 milhões e 65 milhões de anos atrás.
Sedimentos marinhos colhidos na própria cratera de Chicxulub, comparados com os de outros locais no México e nos Estados Unidos, indicam que o impacto do meteorito teria ocorrido cerca de 300 mil anos antes da extinção.
"As análises que fizemos de microfósseis marinhos não apontaram efeito biótico significativo que possa ter sido causado pelo impacto. A conclusão é que simplesmente não podemos atribuir qualquer extinção significativa a esse acontecimento", disse Keller.
"O impacto do Chicxulub, por ter ocorrido muito antes, não poderia ter causado a extinção em massa. Aparentemente, ele não provocou extinção alguma", disse Keller. Os resultados do estudo serão discutidos nesta quarta-feira, em uma sessão técnica na reunião da Sociedade Geológica Norte-Americana.
Um choque muito maior, ainda não identificado, ocorrido há cerca de 65,5 milhões de anos, teria sido o derradeiro causador do extermínio de dois terços de todas as espécies no planeta. De acordo com a nova análise, seria esse outro meteoro o responsável pela formação da camada de irídio, encontrada em rochas por todo o mundo, que marca o fim da era dos répteis – irídio é um metal raro na Terra, mas freqüente em meteoros.
De acordo com Keller, o mais provável é que o impacto que formou a cratera Chicxulub tenha atuado em conjunto com outros meteoritos e com erupções prolongadas na bacia do Decca, na Índia. As erupções teriam lançado grandes quantidades de gases na atmosfera, num período de 1 milhão de anos.
O efeito estufa resultante teria aumentado a temperatura média na superfície em cerca de 8 graus. Com as espécies combalidas pelo conjunto de fatores destrutivos, o impacto do outro meteorito, há 65,5 milhões de anos, pode ter sido o golpe final para a extinção em massa.
Mas e quanto à cratera desse outro impacto? "Bem que eu gostaria de saber", disse Keller. "Há alguma evidência de que possa ter ocorrido na Índia, onde haveria uma cratera com cerca de 500 quilômetros de diâmetro, mas não há nada conclusivo até o momento."
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