Pesquisadores da Universidade de Harvard e da Nasa observam pela primeira vez em ação uma molécula que destrói a camada protetora do planeta (foto: Nasa)

Exterminadora de ozônio
10 de fevereiro de 2004

Com o auxílio de sensores instalados em aviões, construídos especialmente para o projeto, pesquisadores da Universidade de Harvard e da Nasa sobrevoam o Ártico e observam pela primeira vez em ação uma molécula que destrói a camada protetora do planeta

Exterminadora de ozônio

Com o auxílio de sensores instalados em aviões, construídos especialmente para o projeto, pesquisadores da Universidade de Harvard e da Nasa sobrevoam o Ártico e observam pela primeira vez em ação uma molécula que destrói a camada protetora do planeta

10 de fevereiro de 2004

Pesquisadores da Universidade de Harvard e da Nasa observam pela primeira vez em ação uma molécula que destrói a camada protetora do planeta (foto: Nasa)

 

Agência FAPESP - Pesquisadores da Universidade de Harvard e da Nasa, a agência espacial norte-americana, fizeram a primeira observação de uma molécula que há tempos os especialistas acreditavam teria um papel importante na destruição da camada de ozônio da Terra.

Utilizando sensores instalados em aviões, desenvolvidos especialmente para o projeto, os cientistas sobrevoaram o Oceano Glacial Ártico e identificaram a molécula em ação. A análise dos dados obtidos foi conduzida em uma simulação computadorizada da química da atmosférica terrestre, desenvolvida pelo Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.

A molécula (ClOOCl) é conhecida como dímero de monóxido de cloro, por ser composta da união de duas moléculas idênticas de monóxido de cloro. Cientistas anteriormente conseguiram criar e detectar o dímero em laboratório, mas especulavam que ele só poderia existir naturalmente na estratosfera especialmente fria sobre as regiões polares, onde os níveis de monóxido de cloro são altos.

"Sabíamos, por observações feitas desde 1987, que a elevada perda de oxônio estava relacionada com os altos níveis de monóxido de cloro, mas nunca o havíamos detectado", disse o líder da pesquisa, Richard Stimpfle, do Departamento de Química da Universidade de Harvard.

O monóxido de cloro e seu dímero originam-se principalmente a partir de halocarbonos, como o CFC, substâncias que tiveram seu uso em sistemas de refrigeração banidos mas que permanecem na atmosfera por décadas.

A molécula, ao absorver a luz do sol, divide-se em dois átomos de cloro e uma molécula de oxigênio. Como os átomos de cloro livres são altamente reativos com moléculas de ozônio, eles levam à quebra desses últimos. O pior é que, no processo de quebra, os dois átomos de cloro reagem com duas moléculas de ozônio, formando duas moléculas de oxigênio mas também duas novas moléculas de monóxido de cloro, que começam outro ciclo de ataque. "O processo converte duas moléculas de ozônio em três moléculas de oxigênio e esta é a definição da perda de ozônio", disse Stimpfle

Os cientistas acreditam que esta primeira observação da molécula deve ajudar no desenvolvimento de previsões mais acuradas de destruição na camada de ozônio.


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