Estudo comprova que atividades físicas têm a capacidade de estimular neurônios danificados a regenerar seus axônios, os prolongamentos responsáveis pela comunicação entre as células nervosas (foto: PNAS)
Estudo feito nos EUA comprova que atividades físicas têm a capacidade de estimular neurônios danificados a regenerar seus axônios, os prolongamentos responsáveis pela comunicação entre as células nervosas. Pesquisa será publicada no periódico PNAS
Estudo feito nos EUA comprova que atividades físicas têm a capacidade de estimular neurônios danificados a regenerar seus axônios, os prolongamentos responsáveis pela comunicação entre as células nervosas. Pesquisa será publicada no periódico PNAS
Estudo comprova que atividades físicas têm a capacidade de estimular neurônios danificados a regenerar seus axônios, os prolongamentos responsáveis pela comunicação entre as células nervosas (foto: PNAS)
Agência FAPESP - Exercícios têm a capacidade de estimular neurônios danificados a regenerar seus axônios, os prolongamentos responsáveis pela comunicação entre as células nervosas. A afirmação é de uma pesquisa feita nos Estados Unidos, que estará sendo publicada na edição de 1º de junho do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
A descoberta pode fornecer pistas a respeito dos mecanismos da plasticidade sináptica, a capacidade neurológica de criar ou eliminar conexões por meio do uso. Pesquisas anteriores mostraram que, após a atividade física, os níveis de neurotrofina – fator de crescimento que promove a sobrevivência dos neurônios e possivelmente regula a plasticidade sináptica – aumentam na medula espinhal e nos músculos esqueléticos.
Para investigar se as mudanças induzidas por exercícios em neurotrofinas afetavam a plasticidade sináptica, Jeffery Twiss, do Hospital Infantil A.I. du Pont, em Wilmington, e três colegas da Universidade da Califórnia em Los Angeles, examinaram o crescimento de neurônios sensoriais em camundongos colocados por até sete dias em gaiolas com rodas de exercício.
Os cientistas observaram que nos animais que se exercitaram com as rodas os neurônios sensoriais apresentaram um crescimento maior nas extensões conhecidas como neuritos. Outra descoberta importante foi a de que o crescimento dos neuritos correspondeu proporcionalmente à distância percorrida pelos camundongos.
Para determinar se os exercícios poderiam também estimular a regeneração dos axônios, os pesquisadores comprimiram os nervos ciáticos dos animais que se exercitaram sete dias antes. De acordo com o estudo, significativamente mais axônios de nervos ciáticos se regeneraram em camundongos que se submeteram a exercícios, em comparação com os sedentários.
Em seguida, os cientistas injetaram antes do exercício um inibidor da atividade do receptor de neurotrofina. A conseqüência foi que o crescimento dos axônios foi bloqueado. "Os resultados indicam que a atividade física voluntária pode induzir neurônios sensoriais adultos ao aumento da regeneração axonal", escreveram os autores.
O fisiologista Luiz Roberto Giorgetti de Britto, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), ressalta a relevância do estudo de Twiss e colegas. "É importante por mostrar que os exercícios aumentam os valores neurotrópicos e que a neurotrofina está realmente envolvida na renegeração. Os fisioterapeutas sabem há tempos desse potencial da atividade física, mas essa é a primeira comprovação científica de que tenho conhecimento da relação regenerativa", disse à Agência FAPESP.
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