Globalização, a última grande utopia do século 20
(foto: T21)
Na abertura do Congresso Mundial de Centros de Ciência, José Luis Fiori, da UFRJ, discute-se como a globalização acelerou não só a concentração de riquezas, mas também o controle da produção e da difusão científica
Na abertura do Congresso Mundial de Centros de Ciência, José Luis Fiori, da UFRJ, discute-se como a globalização acelerou não só a concentração de riquezas, mas também o controle da produção e da difusão científica
Globalização, a última grande utopia do século 20
(foto: T21)
Agência FAPESP - Globalização foi o assunto em destaque no primeiro dia do 4º Congresso Mundial de Centros de Ciência, que está sendo realizado no Rio de Janeiro até 14 de abril. Em sua conferência de abertura, o economista e cientista político José Luis Fiori definiu o tema como "a última grande utopia do século 20".
O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro apresentou uma reflexão sobre o tema, discussão oportuna num evento cujo mote era justamente a quebra das barreiras e o papel dos centros de ciência na inclusão social.
"A globalização é a resposta tecnológica ocorrida na década de 70 e que deu origem a um paradigma da informação, base material de um sistema político cada vez mais cosmopolita. O desaparecimento de fronteiras seria o melhor caminho na convergência da riqueza das nações. Além disso, o sistema em redes permitiria uma informação mais rápida", disse Fiori.
Entretanto, segundo o economista, a utopia teve vida curta. "Assistimos a um processo acelerado de concentração não só de riquezas, mas também do controle da produção e da difusão científica", afirmou, citando dados que ilustram a situação. "Cerca de 90% das patentes depositadas pertencem aos Estados Unidos, Alemanha e Japão, e 40% das publicações científicas são norte-americanas. Outros 40% são da comunidade européia."
Outro fator levantado na conferência lança luz sobre a chamada tecnologia de ponta. "A rapidez nos avanços da ciência e da tecnologia aumenta ainda mais a separação entre ricos e pobres, criando desigualdades", analisou Fiori.
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