A catedrática elegeu a Amazônia como tema de sua pesquisa, intitulada “Sociedades amazônicas: realidades plurais, um destino comum?” (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)
Durante encontro com o presidente da Fundação, Christiane Taubira falou sobre as atividades de pesquisa que está coordenando como titular da Cátedra José Bonifácio, do Instituto de Relações Internacionais da USP
Durante encontro com o presidente da Fundação, Christiane Taubira falou sobre as atividades de pesquisa que está coordenando como titular da Cátedra José Bonifácio, do Instituto de Relações Internacionais da USP
A catedrática elegeu a Amazônia como tema de sua pesquisa, intitulada “Sociedades amazônicas: realidades plurais, um destino comum?” (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)
Elton Alisson | Agência FAPESP – A ex-ministra da Justiça da França Christiane Taubira visitou a FAPESP na última segunda-feira (17/03). A economista, poeta e escritora, natural da Guiana Francesa foi recebida pelo presidente da Fundação, Marco Antonio Zago.
Durante sua visita, Taubira falou sobre as atividades de pesquisa que está coordenando como titular da Cátedra José Bonifácio, na qual foi recentemente empossada.
Trata-se de um programa da Universidade de São Paulo (USP) que, a cada ano, recebe uma personalidade do espaço ibero-americano para orientar atividades acadêmicas sobre tema de relevância da atualidade. Taubira é a primeira personalidade da França empossada como titular da cátedra, instituída no período em que Zago esteve à frente da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP (2010-2014).
“Desde a sua criação, todos os titulares da cátedra foram oriundos de países hispânicos ou lusófonos. Taubira é a primeira francófona, mas representa um território da América Latina e da Amazônia”, ponderou Zago.
A catedrática elegeu a Amazônia como tema de sua pesquisa, intitulada “Sociedades amazônicas: realidades plurais, um destino comum?”.
Os resultados das atividades de pesquisa serão reunidos em um livro previsto para ser lançado em outubro e se constituirá em uma contribuição da USP para a reflexão sobre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (Pará) no mês de novembro.
“A Amazônia é uma região que abrange nove países e deve ser vista como um ecossistema onde convivem, há milhares de anos, diferentes estilos de vida, costumes e sistemas culturais e que está passando por um processo de destruição. Os organismos multilaterais, como a Organização das Nações Unidas [ONU], estão preocupados em preservar a Amazônia, mas podemos ver claramente ineficiências nas convenções internacionais e mecanismos, como o Protocolo de Nagoya [acordo multilateral que estabelece regras internacionais para a repartição de benefícios resultantes do uso econômico de recursos genéticos]”, disse Taubira durante o encontro.
“É necessário fazermos uma reflexão rigorosa sobre como superar as ineficiências dos organismos multilaterais e assegurar a proteção não só da Amazônia, como de outros ecossistemas, como os recifes de corais e os oceanos, a floresta boreal do Canadá, as geleiras e as florestas do Congo”, avaliou.
A catedrática também ressaltou a necessidade de inclusão das comunidades que vivem na Amazônia nos projetos científicos realizados na região.
O presidente da FAPESP destacou que essa foi uma das preocupações levadas em conta na concepção da Iniciativa Amazônia+10, que reúne 25 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) estaduais e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
“O Amazônia+10 é um programa de pesquisa científica iniciado pela FAPESP em 2021. Tem uma característica muito importante: procurar olhar, principalmente, para as questões humanas da região amazônica, como a saúde das populações. As pesquisas são definidas pelos pesquisadores de São Paulo e dos Estados da Amazônia. São eles que promovem e definem os temas de pesquisa”, explicou Zago.
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.