Preocupada com a perda de cientistas para os Estados Unidos, Comissão Européia (CE) está adotando uma série de medidas para melhorar a estrutura de pesquisa e carreira no continente
Preocupada com a perda de cientistas para os Estados Unidos, Comissão Européia (CE) está adotando uma série de medidas para melhorar a estrutura de pesquisa e carreira no continente
Segundo a revista The Scientist, a "fuga de cérebros" é uma das principais preocupações da CE, destacada enfaticamente no Relatório Europeu sobre Indicadores de Ciência e Tecnologia de 2003. De acordo com o documento, 75% dos cientistas que se dirigem aos Estados Unidos para estudar ou realizar algum tipo de pesquisa acabam permanecendo no país.
A CE propõe algumas medidas para tentar diminuir a evasão, como a criação de um código de conduta para o recrutamento de cientistas, o acesso a financiamentos adequados para pesquisa e a adoção de benefícios trabalhistas para doutorandos.
"Acreditamos que tais medidas representem um importante passo na melhoria da atratividade da pesquisa na Europa", disse no comunicado o Comissário Europeu para Pesquisa, Philippe Busquin.
"Os esforços da CE são admiráveis, mas a responsabilidade maior está com os Estados membros", disse Enric Banda, secretário geral da Fundação de Ciência Européia, à The Scientist. Segundo Banda, os países estão mostrando progressos no desenvolvimento de sistemas de financiamento e de carreiras, mas muito lentamente.
Banda destaca também que o problema encarado pela Europa não é apenas o da retenção, mas, principalmente, o da atração de talentos de outros continentes. "O número de estudantes estrangeiros na Europa é ridículo", disse.
Frederic Sgard, vice-presidente da Euroscience, organização que reúne cerca de 2 mil cientistas de 40 países da Europa, concorda com Banda. "A CE apenas pode sugerir iniciativas aos governos, não pode fazer muito mais do que isso. Mas uma coisa que eles definitivamente podem fazer é melhorar o reconhecimento do tempo que os estudantes passam no estrangeiro, que atualmente não é devidamente valorizado no desenvolvimento de suas carreiras quando eles retornam à Europa", disse à revista.
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