Etiquetas eletrônicas
04 de outubro de 2004

Rede speciesLink é lançada em cerimônia na terça (5/10), na sede da FAPESP. O novo sistema de informação trará para a tela do computador informações presentes em 350 mil etiquetas de coleta espalhadas por 36 coleções científicas

Etiquetas eletrônicas

Rede speciesLink é lançada em cerimônia na terça (5/10), na sede da FAPESP. O novo sistema de informação trará para a tela do computador informações presentes em 350 mil etiquetas de coleta espalhadas por 36 coleções científicas

04 de outubro de 2004

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Plantas, animais e microrganismos. Toda a biodiversidade catalogada em São Paulo durante anos – e depositada em coleções científicas – está atrelada à famosa etiqueta de identificação dos espécimes. Esses rótulos costumam ter as informações básicas, que serão essenciais no momento de se trabalhar com aquele dado: nome científico e popular, procedência, quem coletou, onde e quando. Tudo deve estar registrado.

Num esforço que tomou meses de trabalho, 350 mil etiquetas espalhadas por 36 coleções científicas do Estado de São Paulo sairão dos arquivos e ganharão uma vida nova. Elas serão disponibilizadas pela rede speciesLink, que será lançada oficialmente nesta terça-feira (5/11), em cerimônia na sede da FAPESP, às 10h30. A rede estará integrada ao Sistema de Informação Ambiental do Programa Biota/FAPESP (SinBiota).

"Nessa primeira fase, já teremos coleções importantes no sistema, como a de peixes da Universidade de São Paulo, que é a maior de espécies neotropicais do mundo, a de serpentes do Instituto Butantan ou uma verdadeira raridade, a coleção de abelhas montada em Ribeirão Preto pelo professor Camargo (João Maria Franco de Camargo, da Universidade de São Paulo)", disse Vanderlei Perez Canhos, diretor presidente do Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria), instituição responsável pela nova rede.

A disponibilidade dessa informação bruta para toda a comunidade científica – e a possibilidade de que possa ser cruzada com informações climáticas ou ambientais de uma determinada região – abre uma gama enorme de possibilidades científicas, segundo Canhos. "Isso permitirá que várias modelagens possam ser feitas. Será possível, por exemplo, saber com mais detalhes informações sobre uma espécie ameaçada de extinção ou acompanhar o comportamento de doenças endêmicas, como a leishmaniose", explica.

Em termos estruturais, a rede speciesLink estará estruturada a partir de servidores locais e regionais, que permitirão uma circulação mais rápida do tráfego de informações. Os nós da rede estarão em São Paulo, Campinas, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Botucatu e Ilha Solteira. O sistema é baseado em softwares com código aberto.

O lançamento desta terça, segundo os responsáveis pela nova rede, é o primeiro passo no sentido de tirar as etiquetas do formol, no caso dos animais, para a tela do computador. "É apenas a ponta do iceberg", explica Canhos. Segundo o cientista, até 2006 a expectativa é que a speciesLink chegue aos 750 mil registros.

Mais informações: http://splink.cria.org.br


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