Em encontro realizado na FAPESP, pesquisadores de arquitetura e urbanismo tiram dúvidas sobre linhas de fomento à pesquisa da Fundação com o objetivo de estimular o crescimento de estudos na área (foto: A.Alcântara)

Estudos urbanos
26 de agosto de 2010

Em encontro realizado na FAPESP, pesquisadores de arquitetura e urbanismo tiram dúvidas sobre linhas de fomento à pesquisa da Fundação com o objetivo de estimular o crescimento de estudos na área

Estudos urbanos

Em encontro realizado na FAPESP, pesquisadores de arquitetura e urbanismo tiram dúvidas sobre linhas de fomento à pesquisa da Fundação com o objetivo de estimular o crescimento de estudos na área

26 de agosto de 2010

Em encontro realizado na FAPESP, pesquisadores de arquitetura e urbanismo tiram dúvidas sobre linhas de fomento à pesquisa da Fundação com o objetivo de estimular o crescimento de estudos na área (foto: A.Alcântara)

 

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – As discussões sobre questões urbanas estão intimamente ligadas a outras linhas de estudos que envolvem as dinâmicas das cidades. Pensando no tema urbano como uma questão estratégica para novas pesquisas, a FAPESP organizou no dia 24, em sua sede, um encontro que reuniu pesquisadores do Estado de São Paulo da área de arquitetura e urbanismo.

O objetivo foi estimular o incremento de trabalhos científicos na área, a partir das modalidades de apoio oferecidas pela FAPESP. Participaram do encontro 75 pesquisadores de diversas instituições.

De acordo com Maria Cristina da Silva Leme, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP) e uma das coordenadoras da área de Arquitetura e Urbanismo na FAPESP, o objetivo principal foi reunir especialistas para que conhecessem as oportunidades de apoio disponíveis na Fundação.

“Queríamos que eles conhecessem, por um lado, qual a posição da arquitetura e urbanismo em relação às outras áreas de conhecimento na FAPESP e, por outro, mostrar o enorme elenco de possibilidades de auxílio à pesquisa que a Fundação oferece e que é pouco explorado pela nossa área”, disse Maria Cristina à Agência FAPESP .

Ela destacou que o campo de estudos em arquitetura e urbanismo é estratégico. “A interdisciplinaridade é uma característica presente na nossa atuação. Precisamos de mais intersecções com a pequena empresa, por exemplo. Como a área de arquitetura tem uma relação forte com a empresa e com escritório, pensamos que essa articulação tem de ser melhor explorada.”

Maria Cristina salientou que a participação nesse primeiro encontro já significou um grande avanço. “Os que compareceram não foram somente pesquisadores da cidade de São Paulo, mas de todo o Estado. Devido às distâncias e a compromissos, normalmente algum assessor comparece no lugar do pesquisador. E o que vimos aqui foi a participação efetiva dos pesquisadores principais”, ressaltou.

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, apresentou as principais linhas de fomento e mostrou, em linhas gerais, como se dá a análise e seleção das propostas e o contexto da área de arquitetura e urbanismo dentro da Fundação.

Quatro instituições de pesquisa lideram o ranking de projetos encaminhados à FAPESP na área: USP, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Presbiteriana Mackenzie.

De 1992 a 2009, o número de pesquisadores em arquitetura e urbanismo que solicitou apoio, considerando todas as modalidades, saltou de 30 para 160. “Houve uma curva ascendente nesse período, mas o que percebemos é que nos últimos quatro anos ocorreu uma estabilização”, disse Brito Cruz.

A taxa anual de aprovação de projetos na área saltou de 30% para 60% entre 1992 e 2009. “Apesar de arquitetura e urbanismo não terem muitos Projetos Temáticos, poucas áreas passam desse patamar. A taxa anual é de 50% de projetos em geral aprovados em relação à demanda. Isso também revela que a nossa taxa é competitiva em relação às principais agências de fomento no mundo, onde a média beira os 15%”, disse.

O prazo médio para análise das 18.177 solicitações recebidas em 2009 foi de 80 dias, o menor dos últimos nove anos. Atualmente, a instituição possui 11.533 mil bolsas vigentes no país, considerando todas as modalidades.

“O constante aperfeiçoamento do processo de análise e de seleção de propostas na FAPESP vem melhorando a qualidade nas decisões. Nos últimos anos, temos conseguido melhorar a qualidade do processo e ao mesmo tempo reduzir os prazos”, destacou Brito Cruz.

Comunidade interessada

Um dos principais temas abordados no encontro foi a análise das propostas. “Um dos critérios é que não pode haver conflitos de interesses nas partes envolvidas. Por isso, não enviamos projetos de uma instituição a pareceristas da mesma universidade”, disse Brito Cruz.

Segundo ele, o primeiro ponto a destacar é que não existem cotas para áreas específicas do conhecimento. O que vale é o mérito da proposta. Outro ponto abordado se refere ao tipo de avaliação.

“Temos incentivado a não aprovar projetos pela quantidade de papers ou de livros publicados pelo pesquisador, mas sim pela relevância do estudo. Por que mandamos os pareceres, mesmo os denegados, para os pesquisadores? O objetivo é ajudar o pesquisador a identificar pontos problemáticos na proposta, por isso, quanto mais completa a avaliação, melhor”, afirmou.

Durante os debates, os participantes disseram ter dificuldades em relação ao preenchimento das propostas e de tirar dúvidas específicas. “No portal da FAPESP, o pesquisador pode solicitar uma entrevista com o coordenador adjunto por meio do serviço Converse com a FAPESP. Isso ocorre corriqueiramente”, disse Brito Cruz.

Ele também foi questionado se a intenção do encontro é fazer um programa específico para a área de arquitetura e urbanismo. “Em geral, a FAPESP não cria programas e os leva para a comunidade científica. O caminho é inverso. A comunidade científica precisa estar interessada e organizada, mas isso demanda trabalho intenso”, destacou.

Segundo Maria Cristina, o encontro foi um primeiro passo para que as pesquisas na área no Estado de São Paulo possam ganhar em volume e em qualidade. “Já estamos entrando em contato com outros coordenadores que têm a questão urbana como central para ver se começamos a nos organizar melhor. Nesse sentido, esse encontro foi fundamental”, disse.
 

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