Manter distâncias adequadas entre as árvores promove a polinização cruzada, resultando em um aumento na variabilidade genética (foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Trabalho foi conduzido por grupo da Esalq-USP em quatro áreas de manejo florestal legal situadas nos Estados do Amazonas, Pará e de Rondônia. Resultados foram divulgados na revista Forest Ecology and Management
Trabalho foi conduzido por grupo da Esalq-USP em quatro áreas de manejo florestal legal situadas nos Estados do Amazonas, Pará e de Rondônia. Resultados foram divulgados na revista Forest Ecology and Management
Manter distâncias adequadas entre as árvores promove a polinização cruzada, resultando em um aumento na variabilidade genética (foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Agência FAPESP – De acordo com estudo conduzido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), estratégias específicas para cada espécie de árvore são mais eficazes para manter a diversidade genética da floresta amazônica do que os critérios generalistas adotados pela legislação brasileira. Os resultados das investigações foram publicados no periódico Forest Ecology and Management.
Como explicam os autores, a proximidade entre as árvores é crucial para facilitar o fluxo gênico dentro das populações florestais. Definido como a transferência de genes entre indivíduos da mesma espécie, o fluxo gênico é essencial para a adaptação e a sobrevivência da população.
Financiada pela FAPESP (projetos 23/07753-6, 24/14406-3 e 23/14668-5), a pesquisa analisou o impacto da exploração madeireira com base no diâmetro mínimo de corte (DMC), regra que define o tamanho mínimo das árvores que podem ser retiradas. Os cientistas avaliaram se as árvores que permanecem na floresta após o corte ficaram próximas o suficiente para garantir a troca de pólen e a diversidade genética.
Para aprofundar a análise, o estudo utilizou modelos de simulação e propôs um novo critério, chamado “distância mínima de corte”, que considera a proximidade entre as árvores remanescentes. Os pesquisadores compararam esse método com os critérios atuais, avaliando seu impacto tanto na diversidade genética quanto no volume de madeira coletado.
O estudo foi conduzido em quatro áreas amazônicas de manejo florestal legal. Duas delas pertencem a empresas privadas certificadas no Estado do Amazonas. Outras duas, uma no Pará e outra em Rondônia, fazem parte de concessões florestais. Juntas, as quatro áreas totalizam 48.876,35 hectares.
Os resultados mostram que critérios específicos para cada espécie e área são mais eficientes do que regras generalistas, que utilizam o mesmo padrão para todas as árvores. Segundo os autores, a adoção de abordagens personalizadas pode contribuir para um manejo florestal mais sustentável, garantindo a conservação da biodiversidade e a continuidade dos serviços ecossistêmicos da Amazônia.
“O estudo reforça a necessidade de revisão das normas de exploração madeireira, incentivando políticas que aliem produção e conservação ambiental”, relatou à assessoria de imprensa da Esalq o professor Edson Vidal, um dos autores do artigo.
“Manter distâncias adequadas entre as árvores promove a polinização cruzada, resultando em um aumento na variabilidade genética. Essa variabilidade é fundamental para a resiliência da população a mudanças ambientais, como a incidência de doenças e pragas. Isso torna mais eficaz esse critério de distância mínima de corte”, resume Vidal.
O artigo Maintaining genetic diversity in the Amazon: Species-specific strategies are more effective for managed forests than generalist criteria in Brazilian legislation pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378112725000763?via%3Dihub.
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