Trabalho apoiado pela FAPESP conquista primeiro lugar no Prêmio Gustav Eirich, da Associação Alemã das Indústrias de Refratários (arq.pessoal)
Trabalho apoiado pela FAPESP conquista primeiro lugar no Prêmio Gustav Eirich, da Associação Alemã das Indústrias de Refratários
Trabalho apoiado pela FAPESP conquista primeiro lugar no Prêmio Gustav Eirich, da Associação Alemã das Indústrias de Refratários
Trabalho apoiado pela FAPESP conquista primeiro lugar no Prêmio Gustav Eirich, da Associação Alemã das Indústrias de Refratários (arq.pessoal)
Por Fabio Reynol
Agência FAPESP – Uma nova técnica de produção de materiais cerâmicos refratários, desenvolvida pela estudante de doutorado Mariana Albuquerque Lima Braulio, ganhou o prêmio Gustav Eirich 2009, concedido pela Associação Alemã das Indústrias de Refratários (FGF) e pela empresa Eirich.
Mariana, que é bolsista da FAPESP, está no segundo ano de doutorado em engenharia de materiais na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Sua pesquisa está relacionada ao Projeto Temático “Estudo sistêmico para o desenvolvimento de concretos refratários avançados – II”, apoiado pela FAPESP e coordenado pelo professor Victor Carlos Pandolfelli, que também é o orientador da estudante.
Os materiais cerâmicos refratários são utilizados no revestimento de estruturas que entram em contato com altas temperaturas, como as chamadas panelas siderúrgicas, que são fornos nos quais o aço é derretido. As paredes têm de resistir a condições severas, como amplas variações de temperatura, calor elevado (por volta dos 1.500º C) e contato com elementos altamente corrosivos.
Para resistir a essas agressões, os refratários contêm uma estrutura formada por óxido de magnésio e óxido de zinco, chamada espinélio. Uma das inovações do trabalho de Mariana foi promover a formação in situ do espinélio.
Essa estrutura é constituída durante os primeiros usos da panela com a própria temperatura de operação. “O espinélio é formado mais rapidamente, apresentando maior resistência à corrosão e maior estabilidade volumétrica”, disse Mariana.
O controle da variação de volume é importante, pois em atividade o material sofre choques térmicos bruscos que chegam a 700º C de amplitude. “Nesse estudo, obtivemos controle total da reação de expansão volumétrica desejada em até 8%”, destacou Pandolfelli.
O material refratário sofre também outro efeito causado por dois fatores agressivos: o peso constante do metal derretido e a sua alta temperatura. Esses elementos em conjunto provocam uma deformação lenta chamada de fluência. Esse é um dos pontos que o grupo de pesquisa ainda está aperfeiçoando, pois o material desenvolvido tem uma resistência menor à fluência comparado ao convencional.
Em contrapartida, a nova tecnologia apresenta alta resistência a ataques químicos. O metal fundido e principalmente a escória (crosta flutuante sobre a massa derretida) são altamente corrosivos. O desempenho do novo material se mostrou superior nesse quesito, que é uma das maiores preocupações das siderúrgicas.
Outro avanço conquistado no trabalho feito na UFSCar foi a adição de mineralizadores com a finalidade de se obter a espinelização em temperaturas menores. Em processos convencionais são utilizados para esse mesmo propósito nanomateriais que são bem mais caros.
“Um quilo do nanomaterial empregado fica em torno de R$ 5 mil, enquanto o nosso mineralizador custa R$ 150”, comparou Pandolfelli. Considerando que uma panela siderúrgica usa cerca de 300 toneladas de material refratário, o benefício se multiplica.
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