Estrutura temporal dos terremotos
11 de julho de 2005

Intervalo entre dois tremores é semelhante à estrutura espacial dos sistemas físicos, quando ocorre, por exemplo, a mudança de fase do estado líquido para o gasoso. A afirmação é de artigo na Physical Review Letters

Estrutura temporal dos terremotos

Intervalo entre dois tremores é semelhante à estrutura espacial dos sistemas físicos, quando ocorre, por exemplo, a mudança de fase do estado líquido para o gasoso. A afirmação é de artigo na Physical Review Letters

11 de julho de 2005

 

Agência FAPESP - É apenas uma dependência estatística e os resultados não permitem determinar quando, e onde, vai ocorrer o próximo terremoto. Mas o estudo desenvolvido na Universidade Autônoma de Barcelona, publicado na sexta-feira (8/7) na Physical Review Letters, é bastante importante para a melhoria das previsões de risco.

Para o físico Álvaro Corral, a estrutura temporal dos tremores tem uma semelhança muito grande com a estrutura espacial dos sistemas físicos quando existe as mudanças de fase de um estado para outro. Ou seja, a ocorrência de um tremor pode ser considerada como sendo o ponto crítico, aquele instante exato em que, por exemplo, a água passa do estado líquido para o gasoso.

Nos sistemas físicos, outro chamado ponto crítico pode ser observado quando um imã tem seu campo magnético alterado por causa de uma temperatura elevada, por exemplo, e ele deixa de ficar imantado. Antes de isso ocorrer, todos os imãs microscópios, que formam o campo magnético global, estão ordenados em uma mesmo sentido. Basta a temperatura atingir o ponto crítico para tudo mudar.

Cada pequeno imã vai apontar para uma direção. Mas, dentro do caos, na fronteira do ponto crítico, haverá espécies de núcleos dentro de núcleos, que apontarão para o mesmo local. Essa sucessão de pequenas mudanças em conjunto, que causarão uma alteração global maior, é muito próxima, segundo os testes estatítiscos feitos na Catalunha, à freqüência dos tremores de terra.

Os terremotos, independente da magnitude e do local onde ocorram, costumam surgir de forma agrupada. Porém, se a escala de tempo for alargada ao longo dos anos, outros grupos maiores, em determinados períodos, também surgirão e assim sucessivamente. Entender essa sistemática tem uma implicação importante, segundo Corral. Para ele, os terremotos podem ser vistos agora como fenômenos críticos e não caóticos.

"Para que a estrutura auto-similar possa existir, o papel das correlações entre os terremotos tem uma importância muito grande. Ou seja, o tempos entre os terremotos vai depender dos fenômenos anteriores, de uma forma bastante determinada", disse o pesquisador em comunicado da Universidade Autônoma de Barcelona.


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