Evento integra a programação do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação e será transmitido pelo YouTube (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Especialistas debatem na Alesp estratégias para combater a violência nas escolas
23 de junho de 2023

Evento integra a programação do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação e será transmitido pelo YouTube

Especialistas debatem na Alesp estratégias para combater a violência nas escolas

Evento integra a programação do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação e será transmitido pelo YouTube

23 de junho de 2023

Evento integra a programação do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação e será transmitido pelo YouTube (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

Agência FAPESP – A próxima edição do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, que ocorrerá na segunda-feira (26/06), reunirá especialistas com o objetivo de discutir e propor políticas públicas para melhorar a convivência nas escolas e tentar evitar novos ataques violentos.

Nos últimos anos, diferentes tipos de violência têm sido praticados no ambiente escolar: bullying, assédio, racismo, vandalismo, tráfico de drogas, mortes, além da violência estrutural e institucional, que contribuem para a manutenção de desigualdades e preconceitos dentro e fora das escolas.

Telma Vinha, professora do Departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (FE-Unicamp), chama a atenção para a violência extrema. Ela explica que os ataques violentos a escolas não podem ser considerados apenas mais uma forma genérica de violência.

“Trata-se de um fenômeno que tem características específicas, distintas de outras violências”, afirma. Nos últimos 21 anos, foram identificados 31 ataques em escolas (com 38 vítimas fatais), sendo que 18 ocorreram entre fevereiro de 2022 e maio deste ano. Tais eventos são frequentes nos Estados Unidos, reconhecido como o país onde mais ocorrem esses ataques em instituições educativas, totalizando mais de 380 desde 1999, quando ocorreu o massacre de Columbine.

“Esses ataques intencionalmente ocorridos no espaço escolar caracterizam-se como crimes de ódio ou movidos por vingança”, diz Vinha. Segundo a pesquisadora, são motivados por ressentimentos, preconceitos, discriminação, racismo, misoginia, intolerância à existência de um determinado grupo, aversão completa a outra pessoa, sectarismo e extremismo, entre outros sentimentos. E, em muitos casos, há o emprego de armas.

Vitor Blotta, professor do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, trará para o debate as contribuições de diferentes pesquisas que auxiliam na compreensão das relações entre violência e escolas.

“Vamos destacar quais elementos sociais, institucionais e culturais precisam ser levados em conta para fortalecer os princípios da educação democrática e da formação para o desenvolvimento pessoal, social e como cidadãos dos sujeitos”, adianta. O modo como os jovens se relacionam com as leis e a educação em direitos humanos nas escolas é um exemplo. Blotta pretende trazer para o debate casos de resistência, a partir de parcerias de universidades e organizações não governamentais (ONGs) com as escolas, às atuais pressões de setores conservadores sobre as comunidades escolares.

O gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, Ivan Gontijo, apresentará a visão da entidade sobre o problema da violência nas escolas. A ONG atua no tema da educação básica em várias frentes, monitorando os desdobramentos do setor, elaborando propostas de políticas públicas e promovendo a articulação entre poder público e atores-chave. Durante o debate, Gontijo falará sobre a reação governamental aos recentes ataques às escolas no país e como tem sido a discussão no Congresso Nacional da política lançada pelo governo federal por intermédio de uma comissão interministerial.

“Trarei alguns elementos que precisam ser levados em conta para a construção de uma cultura de convivência pacífica nas escolas e, consequentemente, de mitigação de eventos violentos como os que têm acontecido nos últimos tempos nas escolas brasileiras”, revela.

O ciclo de debates é promovido por meio de uma parceria entre o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) e a FAPESP. O próximo evento será transmitido entre 15h e 17h15, pelo canal da Assembleia Legislativa de São Paulo no YouTube.

As inscrições podem ser feitas pelo site da Alesp.
 

  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.