O índio Daniel Munduruku, autor de diversos livros infantis baseados na cultura indígena, defendeu a presença dos ‘cientistas dos índios` na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
O índio Daniel Munduruku, autor de diversos livros infantis baseados na cultura indígena, defendeu a presença dos ‘cientistas dos índios` na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
Agência FAPESP -- Um dos destaques da sexta-feira (18/7), último dia da 55ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Recife, foi a entrega dos prêmios José Reis de Divulgação Científica e Érico Vanucci Mendes, de literatura.
O Prêmio José Reis foi entregue à Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e o índio Daniel Munduruku, autor de diversos livros infantis baseados na cultura da tribo Munduruku, recebeu o Érico Vanucci Mendes.
Ao receber o prêmio, Munduruku, que é formado em Filosofia, fez críticas à falta de participação de índios no encontro da SBPC. "Eu sugiro que, no ano que vem, possamos trazer o conhecimento indígena para a reunião. Poderíamos trazer pajés, que são os nossos cientistas. O povo indígena tem muito a contribuir com o progresso e a Ciência do Brasil", afirmou.
Logo após o discurso de Munduruku, Regina Pekelman Markus, secretária-geral da SBPC conversou com ele sobre a possibilidade de se realizar um simpósio sobre conhecimento indígena no próximo encontro, em Cuiabá.
Representou o Instituto Zoobotânico a pesquisadora Cecília Chomenko. A fundação é composta por três instituições, o Museu de Ciências Naturais, o Jardim Botânico e o Parque Zoológico.
De acordo com Chomenko, a premiação deveu-se a diversas atividades que são praticadas pela fundação com o intuito de levar a Ciência para fora dos laboratórios. Entre eles, destaca-se o Ciência na Praça, pelo qual os pesquisadores montam uma bancada com seus instrumentos de pesquisa em uma praça pública e mostram seus métodos para o público.
Já o programa Museu na Escola consiste em levar peças do museu a escolas do interior, para mostrar às crianças. Além disso, a fundação realiza atividades com idosos, menores carentes e deficientes físicos.
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