Estudo mostra importância da consulta médica
Estudo realizado no Instituto do Coração de São Paulo, publicado no Journal of the American College of Cardiology, consegue medir a importância da decisão médica no tratamento da arteriosclerose. A pesquisa reforça a importância da relação médico-paciente
Estudo realizado no Instituto do Coração de São Paulo, publicado no Journal of the American College of Cardiology, consegue medir a importância da decisão médica no tratamento da arteriosclerose. A pesquisa reforça a importância da relação médico-paciente
Estudo mostra importância da consulta médica
Agência FAPESP - Em dúvida, siga o que seu médico decidiu. Um estudo simples, e ao mesmo tempo inédito, conseguiu medir a importância da decisão médica no tratamento da arteriosclerose. A pesquisa realizada no Instituto do Coração da Universidade de São Paulo (InCor/USP) vai ser publicada na edição do dia 5 de setembro da revista Journal of the American College of Cardiology.
"Esse trabalho mostra que o médico, diante de um conjunto de variáveis subjetivas e objetivas, consegue condensar todas as informações e tomar uma decisão única no caso do tratamento da doença coronariana", explica Alexandre Pereira, pesquisador do InCor e primeiro autor do trabalho, à Agência FAPESP.
Para conseguir captar a eficiência da decisão dos cardiologistas no caso da arteriosclerose, os pesquisadores da USP acompanharam o histórico dos problemas cardíacos de 611 pacientes. Há mais de cinco anos, quando o estudo começou, os médicos de cada um deles foram consultados sobre qual procedimento era o mais adequado. Essa informação foi arquivada para posterior análise.
"Todos os pacientes, pelo quadro que apresentavam, poderiam ser tratados com medicação ou ponte de safena ou ainda angioplastia. E nem sempre decidir por uma das três opções é algo fácil", explica Pereira. No caso do estudo, o tratamento efetivamente feito foi sorteado para cada uma das pessoas acompanhadas, porque, nos casos estudados, isso não resultava em nenhum tipo de risco para as pessoas. As três situações apresentavam prós e contras.
Passados cinco anos, aquelas escolhas que seriam feitas pelos médicos foram recuperadas. "A pesquisa mostra que nos casos em que ocorreu coincidência entre o tratamento indicado e o sorteado, em 50% das situações, as pessoas estão muito melhor de saúde. A diferença mais marcante foi detectada entre aqueles que deveriam ter feito, desde o começo se fosse o caso, a angioplastia", explica Pereira.
Segundo o médico brasileiro, além de mostrar que os cardiologistas sabem com precisão identificar a necessidade de que seja feita uma angioplastia, o trabalho aponta algo ainda mais surpreendente. "Ao mesmo tempo que os resultados desmistificam um pouco a idéia de precisão dos exames, muito corrente entre o público, eles também mostram que muitas vezes uma boa consulta é o melhor a ser feito. O conhecimento do médico sobre o seu paciente é importante", disse.
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