Primeiras instalações da faculdade

Escola Politécnica da USP completa 110 anos de olho em 2015
15 de agosto de 2003

Enquanto prepara projeto de modernização, mais tradicional faculdade de engenharia do país amplia relações com o exterior e será a primeira instituição não-européia a ingressar no Top Industrial Managers for Europe

Escola Politécnica da USP completa 110 anos de olho em 2015

Enquanto prepara projeto de modernização, mais tradicional faculdade de engenharia do país amplia relações com o exterior e será a primeira instituição não-européia a ingressar no Top Industrial Managers for Europe

15 de agosto de 2003

Primeiras instalações da faculdade

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - A aproximação com as escolas européias de engenharia é algo natural na visão de Vahan Agopyan, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). "A nossa tradição sempre foi formar pessoas criativas, desenvolvimentistas, com forte embasamento teórico", disse à Agência FAPESP o 23º diretor da principal escola de engenharia do Brasil.

Por causa dos laços naturais com a Europa, que não vão na linha mais operacional que existe nas universidades norte-americanas e japonesas, é que, desde 1997, a Poli-USP relaciona-se com universidades francesas da área de exatas. A instituição já enviou onze alunos de graduação para fazer parte do curso na França. A mesma quantidade de estudantes franceses veio ao Brasil.

Ao final do período previsto para o intercâmbio, os engenheiros terão um diploma de dupla nacionalidade, brasileira e francesa. No caso da Poli-USP, os que forem à França ficarão mais um ano do que os cinco normais na faculdade. "Isso é fruto da qualidade dos nossos alunos", disse Agopyan, que também integra o Conselho Superior da FAPESP.

A parceria é apenas um item dentro do ambicioso projeto Poli-2015, que também inclui uma reforma administrativa e a melhoria da infra-estrutura, e que será divulgado no próximo dia 25 de agosto, quando serão comemorados oficialmente os 110 anos da instituição - uma vez que dia 24 é domingo. "Como no nosso centenário falamos muito da nossa história, o momento agora é de olhar para frente. Precisamos visualizar o que queremos para os próximos 10 ou 20 anos", disse.

"Precisamos formar alunos que realmente tenham o espírito empreendedor", disse Agopyan. Questões como meio ambiente e responsabilidade social, segundo ele, não são mais acessórias. "Elas precisam estar na formação do engenheiro do século 21."

Em meio às comemorações, a escola se prepara para outra conquista importante. Em outubro, deverá ingressar no seleto grupo das Top Industrial Managers for Europe. Pela primeira vez em sua história, a associação, que reúne as principais escolas de engenharia do continente, vai mudar o seu estatuto para permitir o ingresso de duas escolas não-européias no grupo. "Eles convidaram a Poli e a Universidade Tsinghua, de Beijing, na China, para uma apresentação no evento deles em outubro, na Grécia". Comedida, a diretoria da faculdade brasileira prefere não comemorar antes do anúncio oficial, que deverá ocorrer até o fim do ano.

Faz parte também das comemorações do aniversário o lançamento de dois livros. O primeiro é uma homenagem aos 22 diretores que passaram pela escola, entre eles Antonio Francisco de Paula Souza (de 1893 a 1917) e Tharcísio Damy de Souza dos Santos (1962 a 1968). "O segundo vai fazer uma relação entre a Poli e o desenvolvimento tecnológico do País", explica Agopyan.

Nas comemorações do aniversário, Agopyan ressalta ainda a importância da presença feminina na escola, que tem crescido muito nos últimos anos. "Já temos duas professora titulares, que obtiveram o importante título recentemente", disse. Além disso, lembra que o encerramento oficial das comemorações dos 110 anos será em 8 de março, Dia Internacional da Mulher. "No momento, faremos um evento para mostrar a importância da mulher na Poli", disse Agopyan.


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