Primeiras instalações da faculdade
Enquanto prepara projeto de modernização, mais tradicional faculdade de engenharia do país amplia relações com o exterior e será a primeira instituição não-européia a ingressar no Top Industrial Managers for Europe
Enquanto prepara projeto de modernização, mais tradicional faculdade de engenharia do país amplia relações com o exterior e será a primeira instituição não-européia a ingressar no Top Industrial Managers for Europe
Primeiras instalações da faculdade
Agência FAPESP - A aproximação com as escolas européias de engenharia é algo natural na visão de Vahan Agopyan, diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). "A nossa tradição sempre foi formar pessoas criativas, desenvolvimentistas, com forte embasamento teórico", disse à Agência FAPESP o 23º diretor da principal escola de engenharia do Brasil.
Por causa dos laços naturais com a Europa, que não vão na linha mais operacional que existe nas universidades norte-americanas e japonesas, é que, desde 1997, a Poli-USP relaciona-se com universidades francesas da área de exatas. A instituição já enviou onze alunos de graduação para fazer parte do curso na França. A mesma quantidade de estudantes franceses veio ao Brasil.
Ao final do período previsto para o intercâmbio, os engenheiros terão um diploma de dupla nacionalidade, brasileira e francesa. No caso da Poli-USP, os que forem à França ficarão mais um ano do que os cinco normais na faculdade. "Isso é fruto da qualidade dos nossos alunos", disse Agopyan, que também integra o Conselho Superior da FAPESP.
A parceria é apenas um item dentro do ambicioso projeto Poli-2015, que também inclui uma reforma administrativa e a melhoria da infra-estrutura, e que será divulgado no próximo dia 25 de agosto, quando serão comemorados oficialmente os 110 anos da instituição - uma vez que dia 24 é domingo. "Como no nosso centenário falamos muito da nossa história, o momento agora é de olhar para frente. Precisamos visualizar o que queremos para os próximos 10 ou 20 anos", disse.
"Precisamos formar alunos que realmente tenham o espírito empreendedor", disse Agopyan. Questões como meio ambiente e responsabilidade social, segundo ele, não são mais acessórias. "Elas precisam estar na formação do engenheiro do século 21."
Em meio às comemorações, a escola se prepara para outra conquista importante. Em outubro, deverá ingressar no seleto grupo das Top Industrial Managers for Europe. Pela primeira vez em sua história, a associação, que reúne as principais escolas de engenharia do continente, vai mudar o seu estatuto para permitir o ingresso de duas escolas não-européias no grupo. "Eles convidaram a Poli e a Universidade Tsinghua, de Beijing, na China, para uma apresentação no evento deles em outubro, na Grécia". Comedida, a diretoria da faculdade brasileira prefere não comemorar antes do anúncio oficial, que deverá ocorrer até o fim do ano.
Faz parte também das comemorações do aniversário o lançamento de dois livros. O primeiro é uma homenagem aos 22 diretores que passaram pela escola, entre eles Antonio Francisco de Paula Souza (de 1893 a 1917) e Tharcísio Damy de Souza dos Santos (1962 a 1968). "O segundo vai fazer uma relação entre a Poli e o desenvolvimento tecnológico do País", explica Agopyan.
Nas comemorações do aniversário, Agopyan ressalta ainda a importância da presença feminina na escola, que tem crescido muito nos últimos anos. "Já temos duas professora titulares, que obtiveram o importante título recentemente", disse. Além disso, lembra que o encerramento oficial das comemorações dos 110 anos será em 8 de março, Dia Internacional da Mulher. "No momento, faremos um evento para mostrar a importância da mulher na Poli", disse Agopyan.
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