A partir de 2004, Brasil começará a produzir urânio enriquecido em escala industrial para utilização como combustível em Angra 1 e 2
A partir de 2004, Brasil começará a produzir urânio enriquecido em escala industrial para utilização como combustível em Angra 1 e 2
Com a produção, o país, dono da sexta reserva mineral de urânio do mundo, passará a ser a sétima nação capaz de realizar a ultracentrifugação para geração de energia elétrica. Desde a década de 80, o Brasil domina o enriquecimento do urânio, porém sem aproveitamento industrial e comercial.
Segundo informações do MCT, o processo de enriquecimento do minério será realizado em escala industrial a partir de 2004, para que, em 2010, seja alcançada a meta de produzir 60% do urânio utilizado nas usinas. "Estamos dando um passo na direção de mostrar o potencial exportador do Brasil de tecnologia nuclear, além de substituir importações que hoje chegam a US$ 19 milhões a cada 14 meses", disse Samuel Faiad, diretor de Produção de Combustível Nuclear das Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Atualmente, o minério utilizado em Angra 1 e 2 sai de Caitité (BA) para o Canadá, onde é convertido em gás, e depois segue à Europa, para ser enriquecido. Em seguida, o urânio volta em forma de gás para Resende (RJ), onde é transformado em pastilha. Essas pastilhas são a fonte de energia e geram o vapor necessário para movimentar as turbinas e os geradores das duas usinas, cuja energia abastece 50% do Estado do Rio de Janeiro e representa 4,3% da produção nacional de eletricidade.
A tecnologia de enriquecimento do urânio por ultracentrifugação, cujas máquinas estão sendo instaladas na INB, em Resende, foi desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo.
O diretor da INB revelou ainda que, até 2014, as instalações de Resende terão a possibilidade de exportar serviços e tecnologia autônoma nuclear brasileira, além de produzir todo o urânio enriquecido utilizado por Angra 1, 2 e 3, que deverá estar em operação até aquele ano. "O potencial de exportação deve atingir US$ 12,5 milhões ao ano", disse Faiad.
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