O Orthopoxvirus variolae, vírus causador da varíola
(foto: CDC)

Encontrado vírus da varíola
30 de janeiro de 2004

De acordo com a OMS, oficialmente apenas dois laboratórios no mundo conservam amostras do vírus da doença considerada erradicada desde 1979, mas um pedaço de tecido esquecido em universidade norte-americana testou positivo para o microrganismo letal

Encontrado vírus da varíola

De acordo com a OMS, oficialmente apenas dois laboratórios no mundo conservam amostras do vírus da doença considerada erradicada desde 1979, mas um pedaço de tecido esquecido em universidade norte-americana testou positivo para o microrganismo letal

30 de janeiro de 2004

O Orthopoxvirus variolae, vírus causador da varíola
(foto: CDC)

 

Agência FAPESP - A varíola é considerada erradicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1979, um ano após ter sido registrado o último caso da doença. Seu fim representou uma das maiores vitórias da saúde pública, uma vez que a enfermidade foi uma das mais devastadoras da história. Em 1950, por exemplo, ela afetava 50 milhões de pessoas em todo o mundo

Há apenas dois laboratórios em todo o mundo em que o vírus da varíola foi estocado para fins científicos, com autorização da OMS, um nos Estados Unidos e outro na Rússia. Isso oficialmente, pois há tempos que se suspeita do potencial de uso da varíola e de outros microrganismos em armas químicas por grupos terroristas. Mas o surpreendente é que o vírus acaba de ser encontrado em local absolutamente inesperado.

O Instituto de Doenças Infecciosas do Centro de Pesquisas Médicas do Exército dos Estados Unidos confirmou a identificação do vírus da varíola num pedaço de tecido com cerca de 50 anos, que estava armazenado num laboratório da Escola de Odontologia da Universidade de Indiana.

A comprovação em uma amostra tão velha e mantida em condições longe das consideradas ideais só foi possível graças à utilização de diversos métodos de observação e análise, como o microscópio de elétrons e o método TaqMan, um tipo de reação em cadeia de polimerase em tempo real. Segundo os pesquisadores envolvidos, a vantagem do TaqMan é fornecer bons resultados mesmo com amostras pequenas – ou com baixa qualidade – de DNA.

"O estudo representou uma ótima oportunidade de empregar as melhores técnicas de análise disponíveis hoje em dia em uma amostra real de uma doença que não existe mais", disse Randal Schoepp, o líder da pesquisa. O interesse do governo norte-americano no desenvolvimento de métodos de análise é motivado pela suspeita de que o vírus possa existir em outros locais e ser empregado com fins terroristas ou militares.

Os resultados do estudo foram publicados na edição de janeiro da Laboratory Investigation, periódico oficial da Academia Norte-Americana e Canadense de Patologia.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.