Douglas Zampieri, da FAPESP, em reunião que orientou representantes da iniciativa privada do Estado de São Paulo sobre como solicitar apoio para inovações que contribuam para o combate ao vírus e ao Aedes aegypti (foto: Leandro Negro/Agência FAPESP)

Empresas de São Paulo terão R$ 10 milhões para desenvolver soluções contra o Zika
07 de março de 2016

Representantes da iniciativa privada do Estado de São Paulo receberam orientações na FAPESP sobre como solicitar apoio para inovações na área

Empresas de São Paulo terão R$ 10 milhões para desenvolver soluções contra o Zika

Representantes da iniciativa privada do Estado de São Paulo receberam orientações na FAPESP sobre como solicitar apoio para inovações na área

07 de março de 2016

Douglas Zampieri, da FAPESP, em reunião que orientou representantes da iniciativa privada do Estado de São Paulo sobre como solicitar apoio para inovações que contribuam para o combate ao vírus e ao Aedes aegypti (foto: Leandro Negro/Agência FAPESP)

 

Diego Freire  |  Agência FAPESP – Inseticidas menos prejudiciais à saúde humana, softwares que ajudam no monitoramento de epidemias, métodos de diagnóstico mais rápido e de baixo custo – são diversas as soluções que a iniciativa privada pode desenvolver para ampliar a abrangência dos esforços científicos de combate ao vírus Zika e ao seu mosquito transmissor, o Aedes aegypti, vetor também da dengue e das febres chikungunya e amarela.

Em resposta à epidemia que assola o país e que já fez vítimas no Estado de São Paulo, onde pelo menos sete casos de crianças nascidas com microcefalia podem estar relacionados ao Zika, a FAPESP e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) reuniram representantes de micro, pequenas e médias empresas na sexta-feira (04/03) para prestar orientações sobre os R$ 10 milhões em recursos disponibilizados pelas duas instituições para o desenvolvimento comercial e industrial de produtos, processos ou serviços que possam ser utilizados no enfrentamento do problema.

“A comunidade científica em São Paulo tem avançado muito no entendimento sobre o Aedes aegypti, os vírus que o mosquito transmite e as doenças provocadas por eles e que tanto têm vitimado o país, mas há uma série de outros avanços que dependem de um esforço ainda maior. Nós acreditamos que a iniciativa privada do estado dispõe da capacidade para prover tais soluções e, por isso, investimos em suas ideias”, disse Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente da FAPESP.

Cada projeto aprovado receberá aporte de até R$ 1,5 milhão e deverá ser desenvolvido em até 24 meses por pesquisadores que tenham vínculo empregatício com a empresa selecionada ou que estejam associados a ela para sua realização.

Não há restrições temáticas para as inovações propostas, destacou Douglas Zampieri, membro da Coordenação Adjunta de Colaborações em Pesquisa e da Coordenação de Área de Pesquisa para Inovação da FAPESP.

“A ideia é aumentar a abrangência das iniciativas, convidando o setor privado e aqueles que podem empreender para, junto à comunidade científica, solucionar problemas relacionados ao controle do vetor, o que eliminaria ao mesmo tempo dengue, Zika e chikungunya, mas também ao diagnóstico rápido e de baixo custo, aos tratamentos e tantas outras demandas. FAPESP e Finep ativaram em tempo recorde esse mecanismo de estímulo a empresas para que elas proponham projetos que ataquem o problema em diferentes frentes.”

Paolo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), participou da reunião e destacou os avanços das pesquisas na área, que envolvem desde coletas de mosquitos em São Paulo e outros estados e criação de colônias com diferentes populações para se entender sua competência vetorial – como são infectados e como transmitem o vírus – ao estudo da microbiota do inseto e à esterilização de machos.

“São diversas as abordagens científicas em curso. Agora, é preciso seguir uma sobreposição de trabalhos e de esforços da academia, da iniciativa privada, do Estado e da sociedade. Essa interação de agentes intensifica nossa capacidade de resposta ao problema”, afirmou o pesquisador, que encabeça a Rede Zika, formada por pesquisadores em várias instituições no Estado de São Paulo responsáveis por projetos de pesquisa apoiados pela FAPESP sobre o vírus e seu vetor.

Também participaram da reunião Walter Colli, membro da Coordenação Adjunta de Ciências da Vida, e Fábio Kon, da Coordenação Adjunta de Pesquisa para Inovação.

Como participar

São elegíveis como proponentes pesquisadores vinculados a micro, pequenas e médias empresas brasileiras sediadas no Estado de São Paulo constituídas até 12 meses antes do lançamento da chamada. Apesar de o edital ter sido publicado no âmbito da fase 3 do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP, realizado junto ao Programa de Apoio à Pesquisa em Empresa (PAPPE) da Finep e intitulado PIPE/PAPPE Subvenção, não há necessidade de a empresa proponente ter participado das fases 1 e 2.

O proponente não precisa ter titulação acadêmica, como mestrado ou doutorado, mas demonstrar que possui experiência profissional e competência técnica na área e ter dedicação prioritária ao projeto na empresa.

A empresa também precisa seguir regras determinadas pelo edital, como garantir condições adequadas para o desenvolvimento industrial e comercial do produto, processo ou serviço e demonstrar que dará contrapartida economicamente mensurável em itens de despesas relacionados com a execução das atividades descritas no projeto – assegurando, por exemplo, que alocará e pagará o salário de um engenheiro ou técnico de seu quadro de funcionários ou que usará determinada quantidade de máquinas e insumos próprios para realizar o projeto.

As propostas devem ser submetidas on-line, por meio do Sistema de Apoio a Gestão (SAGe) da FAPESP, até 4 de abril de 2016.

Mais informações sobre a chamada Pesquisa inovativa para o combate ao vírus Zika e ao mosquito Aedes aegypti em www.fapesp.br/10050.
 

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