Ibama libera o plantio de feijão geneticamente modificado para fins científicos (foto: Miguel Boyayan/Pesquisa FAPESP)

Embrapa vai pesquisar feijão transgênico
15 de março de 2004

Ibama libera o plantio de feijoeiros geneticamente modificados para fins científicos. A concessão foi feita ao Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão, localizado em Santo Antônio de Goiás (GO). A licença será válida por três anos

Embrapa vai pesquisar feijão transgênico

Ibama libera o plantio de feijoeiros geneticamente modificados para fins científicos. A concessão foi feita ao Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão, localizado em Santo Antônio de Goiás (GO). A licença será válida por três anos

15 de março de 2004

Ibama libera o plantio de feijão geneticamente modificado para fins científicos (foto: Miguel Boyayan/Pesquisa FAPESP)

 

Agência FAPESP - As investigações científicas para avaliação da biossegurança alimentar e ambiental de feijoeiros geneticamente modificados poderão continuar. O Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), conseguiu na sexta (12/3) a Licença de Operação para Área de Pesquisa (Loap), que tem uma validade de três anos. O documento foi emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O centro está localizado em Santo Antônio de Goiás (GO).

Os cientistas vão conseguir agora estudar no campo como se comporta uma variação geneticamente alterada de feijão resistente ao vírus do mosaico dourado. A doença causada por esse microrganismo, que ocorre principalmente durante a seca, é registrada em todo o país e pode provocar a perda da produção completa. A proliferação do vírus ocorre por intermédio da mosca-branca, que é combatida pelos agricultores com agrotóxicos.

Segundo o Ibama, as sementes de feijão preto, carioca e talo começam a ser plantas ainda esta semana. A expectativa é que as conclusões sobre a viabilidade do feijão transgênico estejam prontas em três anos. A licença é válida apenas para o munícipio onde os experimentos serão realizados. O feijão está proibido de ser doado ou usado como fonte alimentar.

A concessão da licença para a Embrapa faz parte da estratégia do Ibama de agilizar procedimentos científicos relacionados com a biossegurança alimentar e ambiental. O presidente do órgão, Marcus Barros, fez questão de ratificar que os itens de segurança e o princípio da precaução serão sempre priorizados em todas as decisões. "O Ibama não é obstáculo ao desenvolvimento científico. Nossa tarefa é cuidar do meio ambiente, mas não temos vocação para atrapalhar o avanço da ciência", disse.

A comunidade científica, nos últimos meses, fez várias reclamações públicas sobre a burocracia federal. Muitas normas, segundo entidades científicas como a Sociedade Brasileira de Genética, apenas atrasam o desenvolvimento de pesquisas científicas no setor de biotecnologia e não colaboram para a conservação do meio ambiente.

Existem no Ibama vários pedidos de licença em análise para estudos de soja, milho, batata e algodão transgênico. No ano passado, uma outra unidade de pesquisa da Embrapa, localizada na Bahia, obteve autorização para investigar mamão transgênico.


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