Foram registradas as 20 pragas mais importantes que ameaçam, caso entrem no Brasil, culturas como milho, soja, mandioca, batata, arroz e várias frutas (foto: Justin Anthony Groves / Embrapa)

Embrapa divulga lista de pragas agrícolas de mais alto risco
09 de outubro de 2017

Foram registradas as 20 pragas mais importantes que ameaçam, caso entrem no Brasil, culturas como milho, soja, mandioca, batata, arroz e várias frutas

Embrapa divulga lista de pragas agrícolas de mais alto risco

Foram registradas as 20 pragas mais importantes que ameaçam, caso entrem no Brasil, culturas como milho, soja, mandioca, batata, arroz e várias frutas

09 de outubro de 2017

Foram registradas as 20 pragas mais importantes que ameaçam, caso entrem no Brasil, culturas como milho, soja, mandioca, batata, arroz e várias frutas (foto: Justin Anthony Groves / Embrapa)

 

Agência FAPESP – Uma lista criada em conjunto pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) registra as 20 pragas de mais alto risco à economia agrícola, prioritárias para ações de vigilância e pesquisa, que ameaçam, caso entrem no Brasil, culturas como milho, soja, mandioca, batata, arroz e várias frutas.

Segundo a Embrapa, existem atualmente cerca de 500 pragas quarentenárias – entre fungos, insetos, bactérias, vírus, nematoides e plantas daninhas – oficialmente reconhecidas como ausentes no Brasil.

Praga quarentenária é todo organismo de natureza animal e/ou vegetal que, estando presente em outros países ou regiões, mesmo sob controle permanente, constitui ameaça à economia agrícola do país ou região importadora exposta.

Das 20 pragas listadas como prioritárias, três já contam com planos de contingência: o fungo Moniliophthora roreri, que infecta os frutos do cacaueiro; o inseto Cydia pomonella, que ataca principalmente a maçã; e o Candidatus Phytoplasma palmae, fitoplasma que causa o amarelecimento-letal-do-coqueiro.

As outras pragas quarentenárias registradas são: African cassava mosaic, vírus que afeta a mandioca; Anastrepha suspensa, inseto que ataca a goiaba; Bactrocera dorsalis, inseto que ataca frutíferas; Boeremia foveata, fungo que atinge a batata; Brevipalpus chilensis, ácaro que afeta o kiwi e a videira; Ditylenchus destructor, verme que atinge o milho e a batata; Fusarium oxysporum f.sp. cubense Raça 4 Tropical, fungo que ataca a banana; Globodera rostochiensis, verme que afeta a batata; Lobesia botrana roreri, fungo que ataca o cacau; Pantoea stewartii, bactéria que atinge o milho; Plum Pox, vírus que ataca o pessegueiro e a ameixeira; Striga spp, planta daninha que afeta o milho e o caupi; Tomato ringspot, vírus que afeta frutíferas e tomate; Toxotrypana curvicauda, inseto que ataca o mamão; Xanthomonas oryzae pv. oryzae, bactéria que atinge o arroz; e Xylella fastidiosa subsp. fastidiosa, bactéria que afeta a videira.

O pesquisador Francisco Laranjeira, líder do Portfólio de Sanidade Vegetal da Embrapa, destaca que uma das consequências desse trabalho de priorização é a detecção de lacunas, seja no campo do conhecimento científico, seja no da defesa fitossanitária.

“Então, a tarefa não é simplesmente dizer que tais pragas são prioritárias e a pesquisa vai trabalhar com isso. A atuação conjunta entre o Mapa, a defesa agropecuária e a pesquisa é uma das grandes oportunidades de integração em políticas públicas e desenvolvimento tecnológico que surgiram com esse trabalho de priorização”, disse Laranjeira.

Utilizando a metodologia de priorização AHP, as pragas foram ranqueadas de acordo com 20 critérios divididos em três grandes grupos: entrada; estabelecimento e dispersão; e impacto estimado. Na observação sobre a entrada, consideraram-se distância entre localização mais próxima e a fronteira brasileira, número de países fronteiriços em que ocorre, número geral de países em que ocorre, volume de importação de material hospedeiro/artigo regulamentado, número de importações de material hospedeiro/artigo regulamentado e número de continentes onde a praga ocorre.

Já estabelecimento e dispersão abrangem adaptação climática no Brasil, número de hospedeiros, área total das culturas hospedeiras, percentual de microrregiões com cultivos de hospedeiros, eficiência de métodos de controle (erradicação), estimativa de distância de dispersão natural anual e probabilidade de dispersão antrópica. E impactos estimados incluem critérios sobre expectativa de percentual de dano, valor da produção anual da cultura hospedeira, número de países que regulamentaram a praga, número de estabelecimentos com a cultura hospedeira, número de empregos na cadeia produtiva dos cultivos hospedeiros e potencial de contaminação por agrotóxicos.

A definição dos critérios aconteceu durante workshop realizado em outubro de 2016 na sede da Embrapa, em Brasília, que reuniu oito Unidades (Embrapa Amapá, Embrapa Hortaliças, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Quarentena Vegetal, Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Embrapa Roraima e Embrapa Tabuleiros Costeiros), além do Departamento de Sanidade Vegetal do Mapa.

Mais informações: https://goo.gl/gZKFMb.
 

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