IPT estuda introdução de cera de carnaúba, em substituição ao plástico, na produção de moldes para testes de navios e plataformas offshore em tanques de prova (IPT)

Embarcações de cera
19 de setembro de 2011

IPT estuda introdução de cera de carnaúba, em substituição ao plástico, na produção de moldes para testes de navios e plataformas offshore em tanques de prova

Embarcações de cera

IPT estuda introdução de cera de carnaúba, em substituição ao plástico, na produção de moldes para testes de navios e plataformas offshore em tanques de prova

19 de setembro de 2011

IPT estuda introdução de cera de carnaúba, em substituição ao plástico, na produção de moldes para testes de navios e plataformas offshore em tanques de prova (IPT)

 

Agência FAPESP – Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) estudam a utilização de cera de carnaúba no lugar do plástico na produção de moldes para testes de navios e plataformas offshore em tanques de prova.

O processo de usinagem com robô em bloco de poliuretano (PU) para produção de embarcações em escala reduzida a serem testadas em tanque de provas gera grande desperdício de material, explica Fábio Villas Boas, pesquisador do Centro de Tecnologia Naval e Oceânica do IPT (CNaval).

“Entre 20% e 45% de cada bloco do material vira cavaco e é irremediavelmente desperdiçado. Ao final do processo, e dos testes, mesmo o PU aproveitado no molde que gerou o modelo de embarcação em fibra de vidro vira sucata. Mesmo destino tem o modelo”, disse.

Sem um processo padronizado de reciclagem, 100% do PU utilizado na confecção de moldes das embarcações vão para o lixo. Trata-se de um material polimérico caro, cujos resíduos do processamento robotizado gera desconforto, riscos à saúde e ao ambiente.

Diante de tantos desafios, o Laboratório de Confecção de Modelos do CNaval iniciou, há cerca de um ano, um projeto visando ao desenvolvimento de um material que viabilizasse a substituição do PU como matéria-prima dos moldes e, eventualmente, dos próprios modelos. As características de desempenho devem ser equivalentes ou até superiores às do PU, além de ecologicamente amigável. A equipe técnica coordenada por Villas Boas conta com colaboração do pesquisador George Magno e do estagiário João Guilherme Ribas.

Os pesquisadores iniciaram uma análise do uso de cera para moldes estimulados pela vantagem desse material ser 100% reaproveitável com a fusão dos cavacos em novos blocos, com perdas mínimas. Foram analisadas ceras naturais e as industriais disponíveis no mercado nacional.

“Levantamos as características de cada uma delas e, com base nesses dados, elaboramos 100 amostras para testes variando as misturas e porcentagens de diversas ceras. Ao final dos testes, apenas 5% das amostras tiveram desempenho destacado”, disse Villas Boas.

As cinco amostras finalistas foram levadas para o Centro de Usinagem do IPT para o estabelecimento de um programa padrão para avaliar a “usinabilidade” das peças que determinou uma só formulação.

A formulação ideal obtida pelo IPT, hoje em fase de patenteamento, emprega cera de carnaúba, que a torna muito competitiva, parafina e resina polimérica, entre outros materiais.

De acordo com Villas Boas, entre as principais vantagens da cera destacam-se a boa disponibilidade da matéria-prima no mercado interno, dureza satisfatória (maior que a do PU, o que torna o processo mais estável e com menos vibrações, dando maior precisão geométrica aos cascos), baixa capacidade térmica (aquecimento) durante a usinagem, propriedade autolubrificante que reduz o desgaste da ferramenta e a flexibilidade do material que diminui quebras de protótipos.

Outro aspecto comparativo fundamental é o custo e o desempenho alcançado para esta formulação com cera, que garante uma competitividade equivalente à do PU.

“Com a possibilidade de reaproveitamento da cera muito próximo a 100%, seu custo inicial tenderá a cair rapidamente”, estima Villas Boas. De acordo com o pesquisador, as possibilidades para uso de cera em moldes e protótipos nos tanques de prova são muito promissoras.

A meta imediata é chegar à produção de bloco com oito toneladas de cera, que é a capacidade máxima para carregar o robô do CNaval. Para isso, os pesquisadores aperfeiçoarão os métodos de moldagem, o que exigirá uma planta de fundição de cera capaz de suportar temperaturas da ordem de 120 graus centígrados, com capacidade de bombear esse volume para o molde que irá suportar esse volume e resfriar lentamente, em aproximadamente uma semana.

Mais informações: www.ipt.br 
 

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