Qualidade de vida das atletas com mais de 60 anos que completaram os 15 quilômetros da São Silvestre é bem melhor do que a das mulheres sedentárias da mesma idade, de acordo com estudo feito na USP

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01 de fevereiro de 2007

Qualidade de vida das atletas com mais de 60 anos que completaram os 15 quilômetros da São Silvestre é bem melhor do que a das mulheres sedentárias da mesma idade, de acordo com estudo feito na USP

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Qualidade de vida das atletas com mais de 60 anos que completaram os 15 quilômetros da São Silvestre é bem melhor do que a das mulheres sedentárias da mesma idade, de acordo com estudo feito na USP

01 de fevereiro de 2007

Qualidade de vida das atletas com mais de 60 anos que completaram os 15 quilômetros da São Silvestre é bem melhor do que a das mulheres sedentárias da mesma idade, de acordo com estudo feito na USP

 

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – As atividades físicas regulares e a prática de esportes de alta intensidade melhoram a qualidade de vida e diminuem os sintomas de depressão entre mulheres com mais de 60 anos. Essa é a principal conclusão de um estudo realizado por pesquisadores do departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e publicado na última edição do São Paulo Medical Journal.

Os pesquisadores aplicaram questionários sobre a qualidade de vida de dois grupos de mulheres acima dos 60 anos. Um deles era formado pelas 16 mulheres dessa faixa etária que completaram os 15 quilômetros da corrida de São Silvestre – tradicional prova de atletismo realizada no último dia do ano na capital paulista. O outro grupo reunia 15 mulheres saudáveis, mas sedentárias.

As atletas mostraram melhores índices de qualidade de vida em todos os critérios avaliados, segundo Luiz Eugênio Garcez-Leme, um dos pesquisadores. "Sabemos que a caminhada, por exemplo, traz benefícios para pessoas dessa idade. Mas havia muitas dúvidas a respeito de atividades mais intensas, como corridas de média ou longa distância", disse à Agência FAPESP.

O estudo mostrou diferenças consideráveis entre os dois grupos em termos de capacidade funcional (índice de 98,8 entre as atletas e 73,3 entre as sedentárias), dor (90,6 e 64,9, respectivamente), condição geral de saúde (86,8 contra 66,8), vitalidade (86,2 contra 67,3), características emocionais (89,6 e 60,0) e saúde mental (84,3 e 68,3). Uma das principais diferenças foram os sintomas de depressão, praticamente ausentes entre as atletas.

"Os dados têm limitações, porque se trata de um grupo bastante especial. Essas mulheres mantiveram atividades físicas regulares por longo tempo e estão treinadas e preparadas. Isso não ocorre com a maior parte das pessoas dessa faixa etária, principalmente as mulheres, que antes estavam culturalmente destinadas ao sedentarismo. Mas os resultados direcionam o olhar para uma linha de pesquisa que pode ser muito interessante", disse Garcez-Leme.

De acordo com o cientista, a pessoa sedentária é definida internacionalmente como aquela que consome menos de 500 quilocalorias semanais em atividades físicas, energia que equivale aproximadamente à despendida em meia hora de exercícios.

A atividade física intensa para idosos tem benefícios e riscos, de acordo com Garcez-Leme. Ela melhora a condição de performance cardíaca, o estado de humor, a condição muscular e diminui o risco de osteoporose. Por outro lado, traz riscos de lesões musculares, fraturas por estresse e alterações na pressão arterial.

"Vimos que as atletas de alta performance têm uma excelente qualidade de vida. Mas é importante dizer ao indivíduo maduro que a atividade física tem que ser acompanhada e bem orientada", disse.


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