Em nova revista, Fundação Conrado Wessel aborda grandes temas da ciência e da sociedade

Publicação trimestral on-line, FCW Cultura Científica chega ao segundo número com edição sobre saúde na Amazônia. Entre os entrevistados estão a ministra Nísia Trindade, a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha e o médico Luís Marcelo Aranha Camargo

André Julião | Agência FAPESP – A situação de desassistência à saúde na Amazônia, escancarada pelas cenas de desnutrição dos Yanomami divulgadas em janeiro, é o tema da segunda edição da revista FCW Cultura Científica, lançada em abril.

A publicação é uma iniciativa da Fundação Conrado Wessel e tem como editor-chefe Carlos Vogt, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e ex-presidente da FAPESP (2002 a 2007).

Lançada oficialmente em janeiro, a revista teve como tema da primeira edição chatbots, como o ChatGPT, e as perspectivas para a inteligência artificial em 2023.

A Fundação é conhecida pelo apoio às artes, à cultura e à ciência. Entre as iniciativas, está o Prêmio Fundação Conrado Wessel, que atualmente tem duas categorias: Fotografia e Ciência. Em 2022, com a retomada da premiação, foi agraciado Carlos Joly, professor emérito da Unicamp e então coordenador do Programa BIOTA-FAPESP (leia mais em: agencia.fapesp.br/38947/).

“A ideia era ter uma revista digital focada em questões do mundo contemporâneo, sob os pontos de vista social, cultural, político e econômico e com a participação de figuras de destaque nas diferentes áreas, de acordo com o tema de cada edição”, conta Vogt, que é também diretor-presidente e coordenador cultural da diretoria executiva da FCW.

Na edição atual, a publicação traz entrevistas com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que fala sobre a situação encontrada no território Yanomami e as ações do governo para resolver a situação. A antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, professora da Universidade de São Paulo (USP), faz um histórico da questão e de como ela se agravou nos últimos anos.

O médico oftalmologista Rubens Belfort Jr. conta sua experiência desde os anos 1960 no atendimento à população indígena na Amazônia. E o também médico Luís Marcelo Aranha Camargo, professor da USP, relata a experiência da criação do ICB5 em Monte Negro, em Rondônia.

O médico é filho do parasitologista Erney Plessmann de Camargo, presidente da Fundação Conrado Wessel até março, quando faleceu aos 87 anos em decorrência de complicações de uma cirurgia (leia mais em: agencia.fapesp.br/40816/).

Mais do que um especialista, era apaixonado pela Amazônia e seria um dos entrevistados da edição. “Tínhamos combinado de falarmos assim que voltasse do hospital, mas aconteceu essa fatalidade. De toda forma, ele acompanhou a criação da revista e está presente de várias formas”, comenta Vogt.

A Fundação Conrado Wessel tem como atual presidente José Roberto Drugowich de Felício, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP e chefe de gabinete da presidência da FAPESP.

Para ler a revista, acesse: www.fcw.org.br/culturacientifica.