Estudo conclui que o exame de PSA continua a melhor alternativa para diagnóstico da recorrência do câncer após procedimentos cirúrgicos

Em defesa do PSA
14 de setembro de 2005

Estudo com mais de 2 mil homens, feito na Universidade Johns Hopkins, conclui que o exame continua a melhor alternativa para diagnóstico da recorrência do câncer após procedimentos cirúrgicos

Em defesa do PSA

Estudo com mais de 2 mil homens, feito na Universidade Johns Hopkins, conclui que o exame continua a melhor alternativa para diagnóstico da recorrência do câncer após procedimentos cirúrgicos

14 de setembro de 2005

Estudo conclui que o exame de PSA continua a melhor alternativa para diagnóstico da recorrência do câncer após procedimentos cirúrgicos

 

Agência FAPESP - Apesar de diversos médicos e cientistas terem colocado recentemente em dúvida a eficácia do exame de PSA (antígeno prostático específico), um novo estudo afirma que ele continua sendo a melhor alternativa para o diagnóstico da recorrência do câncer após procedimentos cirúrgicos.

O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, com mais de 2 mil pacientes, e será publicado na edição de outubro do The Journal of Urology. O trabalho mostrou que homens com altos níveis de PSA antes da cirurgia de remoção da próstata tiveram maiores chances de apresentar metástase e estágios avançados do câncer.

"Além disso, os níveis de PSA medidos antes da remoção da próstata estiveram associados significativamente com o risco da recorrência do câncer após a cirurgia, mesmo nos indivíduos com menores níveis do antígeno antes do procedimento", disse Stephen Freedland, líder do estudo, em comunicado da Johns Hopkins.

"Os resultados que obtivemos apóiam a noção de que o PSA continua sendo o melhor marcador tumoral do câncer de próstata. Ou seja, a era do PSA está viva e passa muito bem", afirmou Freedland. O estudo foi financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde, pelo Departamento de Defesa e pela Associação Norte-Americana de Urologia.

A afirmação do pesquisador é uma resposta a pesquisas recentes que colocaram em dúvida o popular exame. No ano passado, Thomas Stamey, professor de urologia da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, chegou a afirmar que "a era do PSA acabou". O curioso é que justamente Stamey havia sido um dos pioneiros do exame, que descreveu em 1987 em artigo no New England Journal of Medicine.

Segundo Stamey, a eficácia do PSA é questionável, pois, além da hiperplasia, há diversos outros fatores que podem elevar o nível do antígeno para além do considerado normal. Até mesmo uma ejaculação dois dias antes do exame de sangue pode levar a conclusões errôneas. O cientista destaca que o PSA não indica o câncer, mas sim o risco. Após resultados positivos com o exame, é comum que médicos recorram à biópsia, muitas vezes desnecessária, para verificar a ocorrência do câncer de próstata. Outro ponto importante é que, com o PSA, muitos homens podem estar deixando de fazer o exame de toque retal, o que é um erro grave.

Freedland reconhece que o exame está "longe de ser perfeito", uma vez que fornece apenas uma medida do estado de saúde da próstata num determinado momento. "Mas é melhor do que qualquer outra solução disponível", disse. "Como uma ferramenta para auxiliar no diagnóstico, o PSA tem cumprido o seu papel. Ele detecta cedo o avanço da doença e ajuda a reduzir as chances de que ela se espalhe para outros órgãos."

No estudo, Freedland e colegas analisaram registros de 2.312 homens que realizaram a cirurgia de remoção da próstata nos hospitais da Universidade Johns Hopkins entre 1992 e 2004. Todas as prostatectomias foram feitas por Patrick Walsh, professor da instituição e ex-chefe do Departamento de Urologia.

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