Para tentar entender o que causou o Grande Terremoto de Lisboa, que matou 60 mil pessoas em 1755 – e ver se abalo semelhante pode voltar a ocorrer na Europa –, diversas expedições científicas estarão sendo conduzidas até o final de 2005
Para tentar entender o que causou o Grande Terremoto de Lisboa, que matou 60 mil pessoas em 1755 – e ver se abalo semelhante pode voltar a ocorrer na Europa –, diversas expedições científicas estarão sendo conduzidas até o final de 2005
O fenômeno, que seria conhecido como o Grande Terremoto de Lisboa, teria atingido 8.7 na escala Richter, que vai até 9, segundo estimativas. Foi o maior desastre natural de que se tem registro na história da Europa. Como a maior parte das mortos foi de fiéis, a tragédia deu origem a um acirrado debate entre filósolos sobre justiça divina.
Para tentar entender as causas do terremoto e fazer análises sobre a possível ocorrência de um novo abalo sísmico com a mesma magnitude no continente europeu, pelo menos oito grande projetos científicos começam agora e serão conduzidos até o final de 2005, quando se completarão 250 anos do desastre.
Entre os projetos programados estão cinco viagens oceanográficas e três perfurações no fundo do mar, para tentar descobrir os segredos sísmicos da região, tanto no passado quanto no futuro. O motivo de apontar o foco no Mediterrâneo se deve a recentes estudos, que estimam que teria partido dali o epicentro do Grande Terremoto de Lisboa.
"A geração de um forte tsunami implica em uma origem marítima", explica Marc-André Gutscher, oceanógrafo de uma unidade de pesquisas marinhas do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), da França, em artigo na edição de 27/8 da revista Science.
Estima-se que a enorme onda a que Gutscher se refere tenha atingido 10 metros de altura, provocando inundações em cidades litorâneas européias e do Marrocos.
O artigo What Caused the Great Lisbon Earthquake, de Marc-André Gutscher, pode ser lido no site da revista Science, em www.sciencemag.org.
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