Instalado a 35 km da costa leste de Florianópolis, ondógrafo produz dados estatísticos em tempo real sobre as condições das marés (foto: LaHiMar)

Em busca de ondas em Santa Catarina
14 de maio de 2004

Instalado a 35 km da costa leste de Florianópolis, ondógrafo produz dados estatísticos em tempo real sobre as condições das marés no Estado. O equipamento irá alimentar um banco de dados da UFSC com informações úteis para o planejamento de qualquer tipo de obra civil marítima na região

Em busca de ondas em Santa Catarina

Instalado a 35 km da costa leste de Florianópolis, ondógrafo produz dados estatísticos em tempo real sobre as condições das marés no Estado. O equipamento irá alimentar um banco de dados da UFSC com informações úteis para o planejamento de qualquer tipo de obra civil marítima na região

14 de maio de 2004

Instalado a 35 km da costa leste de Florianópolis, ondógrafo produz dados estatísticos em tempo real sobre as condições das marés (foto: LaHiMar)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Diagnósticos precisos e em tempo real das condições do oceano do litoral catarinense estão novamente disponíveis. Pesquisadores do Laboratório de Hidráulica Marítima (LaHiMar) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) acabam de iniciar a segunda fase de operação do único ondógrafo em funcionamento no Brasil. O aparelho está operando a 35 quilômetros da praia da Armação, na costa leste da Ilha de Florianópolis.

A uma profundidade de 80 metros, o ondógrafo direcional Datawell Waverider Mark II, uma esfera de aço inox com 220 quilos e 1 metro de diâmetro, irá medir principalmente a altura das marés. Mas, como o equipamento – preso a uma bóia que fica na superfície oceânica – está dotado de acelerômetros que percebem as oscilações da superfície do mar, os pesquisadores poderão também conhecer detalhes sobre as ondas daquela parte do litoral brasileiro.

A instalação do ondógrafo catarinense faz parte do Programa de Informação Costeira On-line (PIC). "O projeto tem uma vertente científica e outra de cunho social", disse Eloi Melo, professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC e supervisor do LaHiMar. "Os dados coletados serão úteis para o planejamento de obras de engenharia a serem realizadas em toda a costa catarinense e, ao mesmo tempo, o estudo oceanográfico servirá para a prestação de serviços públicos à comunidade costeira local que se beneficia diretamente do mar."

Depois de registradas durante 24 horas, as condições do mar serão processadas em um computador contido no aparelho e transmitidas via rádio para uma base receptora em terra, que está instalada no Laboratório de Peixes de Água Doce (Lapad) da UFSC, na Lagoa do Peri. Todos os dados vão estar, depois de prontos, disponíveis na internet.

O equipamento, capaz de prever a geração de ondas na forma de gráficos – com dados como altura significativa, períodos de pico e velocidade do vento –, contém um sensor de temperatura da água e um sistema de posicionamento GPS, para monitorar o seu deslocamento no mar.

Os dados obtidos servirão de base para os trabalhos de pesquisa do LaHiMar. O site do laboratório conta com um banco de dados que armazena todas as informações coletadas. "Estamos desenvolvendo, por exemplo, um estudo climatológico do mar com ênfase em dados hidrológicos para que possamos fazer um paralelo com a incidência de chuvas na região", disse Melo.

A primeira fase do projeto teve duração de dois anos e terminou em dezembro de 2003, com a retirada do protótipo do mar. "Contabilizamos, então, mais de 150 mil consultas ao site por interessados nas estatísitcas do ondógrafo. Além disso, já foram publicados alguns artigos em periódicos nacionais e estrangeiros", contou Melo. A segunda fase do projeto, que começou esta semana com a reinstalação do aparelho, permitirá a aquisição de informações por um período de mais dois anos.

Mais informações: www.lahimar.ufsc.br


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