Fredric Litto, presidente da Abed, anuncia a criação de um conjunto de softwares que serão distribuídos para instituições de ensino
(foto: Abed)

Educação gratuita a distância
14 de setembro de 2004

Especialistas se reúnem em São Paulo para discutir as tendências das novas tecnologias de ensino. Fredric Litto, presidente da Abed, anuncia a criação de um conjunto de softwares que serão distribuídos para instituições de ensino

Educação gratuita a distância

Especialistas se reúnem em São Paulo para discutir as tendências das novas tecnologias de ensino. Fredric Litto, presidente da Abed, anuncia a criação de um conjunto de softwares que serão distribuídos para instituições de ensino

14 de setembro de 2004

Fredric Litto, presidente da Abed, anuncia a criação de um conjunto de softwares que serão distribuídos para instituições de ensino
(foto: Abed)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Aproximadamente três milhões de pessoas utilizam atualmente a educação à distância como ferramenta de aprendizagem e ensino no Brasil. Os dados, apresentados por Fredric Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação à Distância (Abed), durante o seminário "Aprendizagem a distância: conhecimento, tecnologia e inovação", nesta segunda-feira (13/9), em São Paulo, incluem cursos pela televisão aberta, internet, correspondência e educação corporativa.

"Muitos brasileiros não têm fogão ou geladeira, mas não deixam de ter aparelhos de televisão", disse Litto, que é também coordenador científico do Núcleo de Comunicação Aplicada à Educação da Escola do Futuro, da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, 96% das residências no Brasil contam com pelo menos um aparelho de TV. "Esse é um dos grandes motivos que traduzem a necessidade do país para o aumento de investimentos em novas tecnologias de aprendizagem a distância."

Mas Litto explica que o ensino a distância vive hoje um excesso no número de plataformas disponíveis para a aplicação das aulas, gerando uma grande confusão no mercado. "Por esse motivo, 55% das universidades brasileiras optam pela utilização de plataformas e softwares desenvolvidos internamente", disse à Agência FAPESP.

O professor revelou que, para tentar aliviar a situação, o Programa Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia), da FAPESP, iniciou este mês um novo projeto para a criação de um conjunto de softwares em língua portuguesa para e-learning.

Segundo ele, o programa "Aprendizado Eletrônico", que deverá ser anunciado oficialmente nas próximas semanas, terá vários objetos de aprendizagem e será distribuído gratuitamente para as instituições de ensino. "O objetivo é que as universidades e escolas públicas de ensino médio e fundamental não tenham mais que pagar pela utilização dos softwares comerciais disponíveis no mercado", disse.

Dentro deste contexto, um dos grandes desafios atualmente, na opinião de Litto, é a aprovação de novos cursos de graduação e pós-graduação a distância pelo Ministério da Educação (MEC). "Universidades públicas e privadas querem avançar com as novas tecnologias de ensino, mas o MEC muitas vezes suspeita da qualidade dos cursos oferecidos e acaba não reconhecendo os títulos universitários", explica.

Para Fernando Almeida, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC), em São Paulo, outro participante do seminário, grande parte das instituições de ensino no Brasil ainda estão mais preocupadas com o processo de conhecimento e acabam dando menos atenção para a qualidade na produção de conteúdo.

"O conteúdo dos cursos são tão importantes quantos os processos. Um não existe sem o outro", disse. Para Almeida, um sistema de ensino a distância eficiente não garante necessariamente um aprendizado melhor. "É como se estivéssemos em uma fábrica com tecnologias de última geração mas que não tenha produtos no mercado."


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