Luciana Barbosa de Oliveira Santos é uma das poucas brasileiras que ascenderam a cargos de liderança no serviço público. Elas representam 59% da força de trabalho no setor, mas ocupam apenas 20% dos postos de direção, aponta estudo do BID retratado em uma das reportagens deste mês (foto: Léo Ramos Chaves/Revista Pesquisa FAPESP)

Edição de março de Pesquisa FAPESP traz entrevista com a primeira mulher à frente do MCTI
10 de março de 2023

Luciana Barbosa de Oliveira Santos é uma das poucas brasileiras que ascenderam a cargos de liderança no serviço público. Elas representam 59% da força de trabalho no setor, mas ocupam apenas 20% dos postos de direção, aponta estudo do BID retratado em uma das reportagens deste mês

Edição de março de Pesquisa FAPESP traz entrevista com a primeira mulher à frente do MCTI

Luciana Barbosa de Oliveira Santos é uma das poucas brasileiras que ascenderam a cargos de liderança no serviço público. Elas representam 59% da força de trabalho no setor, mas ocupam apenas 20% dos postos de direção, aponta estudo do BID retratado em uma das reportagens deste mês

10 de março de 2023

Luciana Barbosa de Oliveira Santos é uma das poucas brasileiras que ascenderam a cargos de liderança no serviço público. Elas representam 59% da força de trabalho no setor, mas ocupam apenas 20% dos postos de direção, aponta estudo do BID retratado em uma das reportagens deste mês (foto: Léo Ramos Chaves/Revista Pesquisa FAPESP)

 

Agência FAPESP – A edição de março da revista Pesquisa FAPESP traz uma entrevista com Luciana Barbosa de Oliveira Santos, primeira mulher a assumir o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). De passagem por São Paulo, onde participou da entrega do Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher, promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a ministra contou ao jornalista Fabrício Marques que estabeleceu como prioridades de gestão a recuperação do financiamento público para ciência, tecnologia e inovação e o combate a desigualdades de gênero na ciência.

Questionada sobre como manter o interesse dos jovens pela carreira científica ela disse: “Se houver um projeto arrojado, baseado no uso da inteligência brasileira, as pessoas serão atraídas”.

A engenheira filiada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) é uma das poucas mulheres brasileiras que ascenderam a cargos de liderança no serviço público. Estudo divulgado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e retratado em reportagem de Diego Viana aponta que as mulheres já correspondem a mais de metade da força de trabalho na burocracia brasileira (59%), mas ocupam menos de 20% dos cargos mais altos – índice abaixo do observado em países vizinhos, como Argentina (40,7%), Colômbia (47,1%) e Costa Rica (53,5%).

E a segregação de gênero não é só vertical, como mostra a pesquisa. Os setores em que as mulheres estão mais presentes e conseguem ascender são os tradicionalmente associados ao feminino, aqueles principalmente ligados ao cuidado, como educação e saúde. Já os espaços que a cultura associa ao masculino, como a economia e a defesa, continuam majoritariamente ocupados por homens. Nesses, a remuneração também costuma ser mais alta. É a chamada “segregação horizontal”.

A seção dedicada a temas de políticas públicas apresenta resultados de uma pesquisa de abrangência nacional que avaliou o desempenho do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), uma importante porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o levantamento, conduzido pela pós-doutoranda da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP) Marisa Malvestio, o Samu atualmente assiste 85% da população em 67,3% dos municípios do país. Em 2019, seus serviços foram requisitados em ligações telefônicas feitas por mais de 19 milhões de brasileiros, o que resultou em quase 4,3 milhões de atendimentos. Embora a cobertura tenha aumentado mais de 5% no período de 2015 a 2019, alcançando 178 milhões de brasileiros, ainda existem lugares sem nenhum suporte ou onde há disponíveis poucas ambulâncias compartilhadas por vários municípios. Em 2019, contavam-se 1.820 cidades sem acesso ao serviço, principalmente na região Norte.

A pesquisa mostra ainda que os recursos humanos são insuficientes para a operação dos 3.648 veículos disponíveis. Nas ambulâncias de suporte básico, acionadas em casos de menor complexidade, o contingente atual de técnicos de enfermagem e motoristas socorristas seria capaz de utilizar no máximo 67% dos veículos. Já no suporte avançado, composto por UTIs móveis, há médicos suficientes para apenas 36% da frota. Assim, enfermeiros, acompanhados ou não por técnicos de enfermagem, acabam atuando em ambulâncias de suporte avançado sem a presença de médicos em cerca de 60% dos atendimentos.

“Embora essas limitações gerem riscos para muitos pacientes, o Samu salva vidas o tempo todo e tem uma força de trabalho que atua de forma apaixonada. A Força Nacional do SUS, que agora está socorrendo a emergência sanitária do povo Yanomami em Roraima, é composta, em grande parte, por profissionais do Samu que se candidataram para essa missão”, conta Malvestio.

Uma nova possível causa biológica da depressão é outro tema em destaque. De acordo com estudo publicado na revista Nature Aging por um grupo de pesquisadores do Brasil e da França, o problema pode estar ligado com a perda da capacidade dos neurônios de reciclar seus componentes velhos ou danificados – mecanismo conhecido como autofagia e que, quando bem controlado, é essencial para o bom funcionamento das células.

A edição aborda ainda, entre outros assuntos, o salto da inteligência artificial com a chegada do ChatGPT, os riscos associados ao consumo de alimentos ultraprocessados e o desenvolvimento de uma mariposa transgênica que combate a principal praga do milho.

O conteúdo pode ser acessado gratuitamente em: https://mailchi.mp/fapesp/chatgpt-o-salto-da-inteligencia-artificial.
 

  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.