Adaptação feita por pesquisadores da Poli no sistema de aquecimento de água de restaurante na USP proporcionou considerável redução nas despesas com energia. O uso da luz solar, em vez do gás convencional, resultou em economia de R$ 4,5 mil ao mês
Adaptação feita por pesquisadores da Poli no sistema de aquecimento de água de restaurante na USP proporcionou considerável redução nas despesas com energia. O uso da luz solar, em vez do gás convencional, resultou em economia de R$ 4,5 mil ao mês
Agência FAPESP - A partir de tecnologias já consolidadas no Brasil, que transformam luz solar em energia, pesquisadores da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram atingir um resultado que é o sonho de muito consumidor. O restaurante central da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas) da universidade, na capital paulista, está economizando R$ 4,5 mil por mês nos custos com energia.
"Os resultados são extremamente satisfatórios. Na época em que esse sistema de energia solar foi instalado no restaurante, em meados de 2005, nós calculávamos uma economia de no máximo R$ 10 mil por ano, o que daria pouco mais de R$ 800 ao mês", disse o professor da Poli e coordenador do projeto, José Roberto Simões Moreira, à Agência FAPESP. "Foram investidos cerca de R$ 95 mil no projeto e a previsão é que ele se pague em dois anos", afirma.
A idéia do trabalho é mostrar como a utilização da luz do sol é essencial para a geração racional de energia. "O nosso papel foi adaptar equipamentos já desenvolvidos para as necessidades específicas do restaurante. Queremos provar que a energia solar está consagrada no Brasil e com esse projeto esperamos incentivar sua utilização", explica Simões.
O sistema adaptado pela Poli aquece a água encanada por meio de coletores solares instalados no telhado do restaurante. Para atingir a temperatura média de 70ºC, ideal para os serviços da cozinha, a água circula várias vezes pelos coletores. Do lado de fora do edifício existe um reservatório térmico que armazena água quente durante o dia inteiro. Os equipamentos são controlados por meio de sensores, válvulas e temporizadores.
Antes da captação da luz do sol, todo o aquecimento usado no restaurante da Coseas era feito por duas caldeiras movidas a gás convencional. Segundo Simões, além de ser usada para cozinhar, a água serve para esterilizar os talheres e outros utensílios usados no dia-a-dia. "A energia solar requer um investimento inicial mais elevado do que as fontes de energia convencionais, como a eletricidade e o gás natural. Porém, o retorno econômico é garantido no curto e no médio prazo. O sol nasceu para todos", disse.
O projeto, bancado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), faz parte do Programa de Uso Racional de Energia e Fontes Alternativas (Purefa) da USP, que tem o objetivo de testar e promover a utilização de fontes alternativas de energia.
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