Segundo levantamento do Inep, fatores que interferem no aprendizado da língua portuguesa estão ligados à pobreza e à falta de acesso a bens culturais (ilust.:MEC)
Fatores que interferem no aprendizado da língua portuguesa no ensino fundamental estão ligados à pobreza e à falta de acesso a bens culturais. Levantamento divulgado nesta terça (14/9) pelo Inep mostra que a situação está pior no Nordeste
Fatores que interferem no aprendizado da língua portuguesa no ensino fundamental estão ligados à pobreza e à falta de acesso a bens culturais. Levantamento divulgado nesta terça (14/9) pelo Inep mostra que a situação está pior no Nordeste
Segundo levantamento do Inep, fatores que interferem no aprendizado da língua portuguesa estão ligados à pobreza e à falta de acesso a bens culturais (ilust.:MEC)
A conclusão de que fatores que interferem no aprendizado do português no Brasil estão relacionados à pobreza e à falta de bens culturais é a principal revelação de um estudo divulgado terça-feira (14/9), pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), instituição ligada ao Ministério da Educação.
Para traçar o perfil dos alunos da quarta série fundamental e o aprendizado da língua portuguesa, os educadores do Inep utilizaram dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), de 2003. O cruzamento das informações também permitiu perceber que a maior parte dos alunos em estado "muito crítico" de aprendizado vive no Nordeste e em cidades com populações menores que 200 mil habitantes. A maioria também está estudando em escolas públicas.
"Não significa que os alunos com pior desempenho estejam todos no Nordeste, mas a região é a que tem o maior número de alunos em patamares preocupantes em relação ao conjunto total de cada região", disse Carlos Henrique Araújo, diretor de avaliação da Educação Básica do Inep. A porcentagem de crianças em estágio muito crítico no Nordeste é 29,3%. A melhor situação foi encontrada na Região Sul, com 11,6%.
O perfil dos alunos que estão na categoria de aprendizado adequado da língua portuguesa não chega a surpreender. A maior parte desses estudantes vive no Sudeste, em cidades com mais de 200 mil habitantes e fora da região metropolitana. A família acompanha sempre a vida escolar desses meninos e meninas e eles não precisam trabalhar. Em relação direta ao desempenho escolar, eles estudam desde a infância em escolas particulares e não estão atrasados em relação à sua idade cronológica.
Para Eliezer Pacheco, presidente do Inep, os resultados são claros. "As desigualdades regionais devem ser combatidas com políticas focadas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste e nas cidades menores", afirmou. Investir em escolas públicas e colocar a criança desde cedo nessas instituições são outras medidas que podem começar a mudar esse quadro, segundo os membros do Inep.
A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.