Foto: Verlab
Equipamento desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais substitui a mão-de-obra humana, diminui o risco de acidentes e torna mais barata a instalação de esferas sinalizadoras em linhas de transmissão de energia
Equipamento desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais substitui a mão-de-obra humana, diminui o risco de acidentes e torna mais barata a instalação de esferas sinalizadoras em linhas de transmissão de energia
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Agência FAPESP - Um protótipo de robô semi-autônomo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), está tornando mais seguro e econômico o método de instalação e remoção de esferas sinalizadoras utilizadas em linhas de transmissão de energia. A idéia é fazer com que a mão-de-obra humana seja retirada das linhas de transmissão para evitar acidentes e reduzir os custos de instalação dos sinalizadores, exigidos por lei para orientar aviões e helicópteros.
Atualmente, o serviço é executado com um eletricista posicionado na parte externa de um helicóptero, que permite a aproximação dos fios de alta tensão. Esse método é muito caro, devido aos altos custos das decolagens e aterrissagens das aeronaves. O preço por instalação é de cerca de R$ 1,6 mil para cada esfera. Com o robô, a equipe responsável pelo projeto, dos departamentos de Ciência da Computação (DCC) e Engenharia Mecânica da UFMG, calcula que o custo do serviço será de apenas R$ 300.
"Além de oferecer maior segurança ao ser humano na hora de instalar as esferas, o equipamento permite uma redução de risco no caso de interrupção do fornecimento de energia, já que, se um helicóptero cair sobre uma linha de transmissão, pode acontecer um blecaute em várias regiões do Estado", disse à Agência FAPESP o professor Mário Fernando Montenegro Campos, do DCC, um dos coordenadores da pesquisa.
"Devemos levar em consideração também que não existem muitos pilotos que conseguem fazer esse tipo de instalação, e nem todos que sabem querem fazer o serviço", disse Campos. Segundo o cientista, existem aproximadamente 1 mil esferas só em Minas Gerais que ainda não foram instaladas pela paralisação dos trabalhos. O Ministério Público bloqueou os serviços por conta do risco envolvido nesse tipo de instalação.
O equipamento, desenvolvido na UFMG entre os anos de 2001 e 2002, com base em um contrato de prestação de serviços no valor de R$ 50 mil pagos pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), mede cerca de 80 centímetros de comprimento por 40 centímetros de altura. A tecnologia utilizada no protótipo foi a mesma da sonda Sojourner, um jipe-robô que percorreu as areias de Marte reunindo dados e imagens ao redor do planeta vermelho.
Além da instalação dos sinalizadores, a tecnologia permite que o robô possa inspecionar, monitorar e administrar as esferas utilizando uma câmera de vídeo. Além de o operador poder manipular o robô por meio de controle remoto, o equipamento pode ser conectado a um notebook para traçar um histórico dos acontecimentos durante o trabalho. A parte de automação e programação do protótipo foi realizada pelo Laboratório de Visão Computacional e Robótica da UFMG.
Segundo Campos, a pesquisa gerou o depósito de duas patentes, a do robô e a da esfera adaptada, e já existem empresas no setor de transmissão e distribuição de energia interessadas em comercializar o equipamento. Os resultados do estudo também foram publicados em periódicos nacionais e internacionais, além do protótipo ter conquistado o segundo lugar no Prêmio Sebrae em 2002.
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