Estudo sobre o primeiro sequenciamento direto do RNA do SARS-CoV-2 venceu na categoria “Genômica”. O finalista da categoria “Prevenção” foi uma pesquisa sobre os impactos do novo coronavírus nos testículos

Duas pesquisas apoiadas pela FAPESP recebem o Prêmio Dasa de Inovação Médica com Veja Saúde 2021
20 de dezembro de 2021

Estudo sobre o primeiro sequenciamento direto do RNA do SARS-CoV-2 venceu na categoria “Genômica”. O finalista da categoria “Prevenção” foi uma pesquisa sobre os impactos do novo coronavírus nos testículos

Duas pesquisas apoiadas pela FAPESP recebem o Prêmio Dasa de Inovação Médica com Veja Saúde 2021

Estudo sobre o primeiro sequenciamento direto do RNA do SARS-CoV-2 venceu na categoria “Genômica”. O finalista da categoria “Prevenção” foi uma pesquisa sobre os impactos do novo coronavírus nos testículos

20 de dezembro de 2021

Estudo sobre o primeiro sequenciamento direto do RNA do SARS-CoV-2 venceu na categoria “Genômica”. O finalista da categoria “Prevenção” foi uma pesquisa sobre os impactos do novo coronavírus nos testículos

 

Agência FAPESP – Dois estudos sobre o SARS-CoV-2 financiados pela FAPESP estão entre os ganhadores do Prêmio Dasa de Inovação Médica com Veja Saúde 2021. A cerimônia de premiação foi realizada na quinta-feira (16/12), de forma virtual.

Na categoria “Genômica”, venceu o trabalho coordenado pelo pesquisador Marcelo Briones, do Centro de Bioinformática Médica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp). Na pesquisa, foi sequenciado diretamente, pela primeira vez, o RNA do vírus causador da COVID-19. Os resultados foram divulgados na revista Viruses. A pesquisa recebeu apoio por meio do Projeto Temático “Investigação de elementos induzidos pela resposta vacinal nos indivíduos submetidos aos testes clínicos com a vacina ChAdOx1 nCOV-19”, coordenado por Luiz Mário Ramos Janini.

Segundo os autores, a técnica utilizada permite mapear o genoma viral com aproximadamente 25 vezes mais resolução do que os métodos convencionais de sequenciamento. Desse modo, é possível ter uma noção mais precisa da biologia do patógeno e de como seu genoma está evoluindo (leia mais em: https://agencia.fapesp.br/36729/) .

“Em nome da nossa equipe fico honrado com este reconhecimento. É o principal prêmio em inovação médica no país e é organizado pela maior rede de saúde integrada do Brasil, com curadoria do importante veículo Veja Saúde e júri composto por reconhecidos profissionais da área”, disse Briones à Agência FAPESP. “Ficamos particularmente felizes pela premiação em genômica, que tem tantos pesquisadores excelentes no Brasil. Dedicamos o prêmio ao professor Manuel Girão, diretor da Escola Paulista de Medicina recentemente falecido, pelo empenho que ele teve na implementação do nosso Centro de Bioinformática Médica, onde o trabalho foi integralmente desenvolvido com financiamento da FAPESP e do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico].”

Saúde do homem

Na categoria “Prevenção”, venceu estudo coordenado pelo andrologista Jorge Hallak, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e coordenador do Grupo de Estudos em Saúde do Homem do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP. O trabalho mostra que o SARS-CoV-2 também infecta os testículos, prejudicando a capacidade das gônadas masculinas de produzir espermatozoides e hormônios (leia mais em: https://agencia.fapesp.br/36763/).

“Os achados foram ao mesmo tempo reveladores e preocupantes. A mortalidade maior do sexo masculino se mostrou relacionada a fatores biológicos e não somente à velha premissa de que o homem se cuida menos e tem mais comorbidades e fatores de risco”, conta Hallak.

Segundo o pesquisador, os testículos têm uma grande quantidade das proteínas ACE2 e TMPRSS2, que atuam como receptores para o vírus da COVID-19, favorecendo a infecção. Isso tem implicação direta na maior gravidade da doença e maior mortalidade no sexo masculino.

“Vimos também que o vírus está presente no interior de todas as células e estruturas e tecidos do testículo. Temos preocupação com o uso de tecnologia de reprodução assistida logo depois de um indivíduo ser infectado e não sabemos quanto tempo demora para a função testicular ser restabelecida e se vai haver algum grau de lesão residual”, afirma.

A pesquisa recebeu apoio por meio do Projeto Temático “Uso de modernas técnicas de autópsia na investigação de doenças humanas (MODAU)”, coordenado pelo professor da USP Paulo Saldiva.

Os conteúdos sobre os trabalhos vencedores serão publicados na edição de dezembro de Veja Saúde e no site da revista.

A lista completa dos premiados pode ser conferida no site da Veja Saúde. A cerimônia do prêmio foi transmitida pelo canal da Dasa no YouTube.
 

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