Estudo de Eduardo Henrique De Rose, do COB, apresenta os números de casos de doping entre atletas brasileiros em 2003 e revela que as campanhas de educação e de fiscalização estão surtindo efeitos positivos

Doping controlado
14 de dezembro de 2004

Estudo de Eduardo Henrique De Rose, do COB, apresenta os números de casos de doping entre atletas brasileiros em 2003 e revela que as campanhas de educação e de fiscalização estão surtindo efeitos positivos

Doping controlado

Estudo de Eduardo Henrique De Rose, do COB, apresenta os números de casos de doping entre atletas brasileiros em 2003 e revela que as campanhas de educação e de fiscalização estão surtindo efeitos positivos

14 de dezembro de 2004

Estudo de Eduardo Henrique De Rose, do COB, apresenta os números de casos de doping entre atletas brasileiros em 2003 e revela que as campanhas de educação e de fiscalização estão surtindo efeitos positivos

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - De um lado, as campanhas de educação. Do outro, o controle rígido – com direito a punições severas, principalmente no exterior, quando algum caso de doping é detectado entre esportistas de elite.

A força resultante desses fatores ajuda a explicar os números apresentados no artigo "Controle antidoping no Brasil: resultados do ano de 2003 e atividades de prevenção", publicados na Revista Brasileira de Medicina do Esporte.

"As campanhas de educação estão ajudando, sem dúvida. Os números de casos de doping em 2003 foram muito baixos, tanto no futebol como nos esportes olímpicos", disse o médico Eduardo Henrique De Rose, do departamento médico do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), à Agência FAPESP. O especialista em controle antidoping é o principal autor do estudo, também assinado por outros três pesquisadores.

Em 2003, 3.797 exames antidoping foram realizados no Brasil. Do total, 3.266 controles ocorreram dentro das competições e outros 531 foram feitos de surpresa, sem que os atletas estivessem preparados. Entre 2.975 casos analisados referentes ao futebol, apenas oito (0,27%) deram positivo. O resultado é inferior à média internacional, de 0,45%.

Entre os esportes olimpícos, a situação se mostrou parecida. O Comitê Olímpico Brasileiro é a instituição responsável pela grande quantidade de exames feitos de surpresa. Em 2003, os testes acusaram 19 casos positivos em competições e outras seis fora das disputas.

Os destaques negativos ficaram para a luta de braço (30% de casos positivos em campeonatos) e o fisiculturismo (33,33% de casos de doping fora das competições). Médias bem acima das encontradas no exterior.

"A luta de braço e o culturismo são esportes não-olímpicos, que possuem um porcentual maior de positividade de acordo com os dados de 2003 da Agência Mundial Antidoping. Essas modalidades se ressentiram de um número muito baixo de controles", afirma De Rose.

Outros esportes que tiveram médias altas, em testes feitos em competições, foram o tênis de mesa paraolímpico (10% dos casos deram positivo), atletismo (6,1%) e ciclismo (4,6%). "Apesar disso, nos Jogos Olímpicos e Pan-Americanos não tivemos atletas do Brasil positivos", lembra o médico do COB.

Segundo De Rose, as substâncias encontradas nos organismos dos atletas brasileiros também não são muito diferentes das verificadas com mais freqüência no exterior. "São basicamente anabólicos e estimulantes, o que está de acordo com a literatura universal. Não houve surpresa nessa parte. No Brasil, porém, o porcentual de detecção da cannabis sativa (maconha) é bem menor."

Com os 3.797 exames antidoping em 2003, o Brasil ficou em nono lugar entre os 32 países com laboratórios acreditados pela Agência Mundial Antidoping. A grande maioria dos testes, 91,8%, é feita no Laboratório de Doping do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, único do país acreditado pela agência.


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